A essência do jejum que agrada a Deus

No antigo testamento, o profeta Ezequiel traz esta mensagem de Deus ao povo de Israel: “O povo pergunta a Deus: “Que adianta jejuar, se tu nem notas? Por que passar fome, se não te importas com isso?” O Senhor responde: “A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios e exploram os seus empregados. Vocês passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações? O que é que eu quero que vocês façam nos dias de jejum? Será que desejo que passem fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas? É isso o que vocês chamam de jejum? Acham que um dia de jejum assim me agrada? “Não! Não é esse o jejum que eu quero. Eu quero que soltem aqueles que foram presos injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão. O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que deem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes. “Então a luz da minha salvação brilhará como o sol, e logo vocês todos ficarão curados. O seu Salvador os guiará, e a presença do Senhor Deus os protegerá por todos os lados. Quando vocês gritarem pedindo socorro, eu os atenderei; pedirão a minha ajuda, e eu direi: ‘Estou aqui!’ “Se acabarem com todo tipo de exploração, com todas as ameaças e xingamentos; se derem de comer aos famintos e socorrerem os necessitados, a luz da minha salvação brilhará, e a escuridão em que vocês vivem ficará igual à luz do meio-dia.” (Isaías 58:3-10, NTLH).

E nesta fica a grande pergunta para nós. E nós? Temos sido semelhantes ao povo de Israel? Trouxemos para a nova aliança os rituais antigos, mas não trouxemos os mesmos valores de justiça e graça de Deus que tem que ser revelada ao mundo e que foi confirmada, proclamada e vivida de forma explícita pelo Senhor Jesus através de Suas ações em nosso meio?

Temos que entender a diferença entre cumprir rituais, viver de aparência e prestar o verdadeiro culto que glorifica a Deus. Isto nunca mudou, esta realidade é a mesma seja no antigo como no novo testamento. O verdadeiro culto, a verdadeira expressão de amor a Deus está não em cumprirmos regras que traduzem aparência e que não vem de um coração transformado segundo a vontade de Deus, por meio do operar e da obra realizada por Jesus Cristo na cruz.

Onde está a justiça divina? Na punição dos culpados ou no resgatar todos da condenação?  Precisamos compreender que a Sua justiça se manifesta no Seu amor por nós ao enviar o Seu filho para que na cruz pudesse reconciliar todas as coisas com Deus. É na cruz, a verdadeira expressão de amor, do agir em nosso favor que está a verdadeira manifestação do tipo de obra que devemos realizar neste mundo, imitando o Pai, o nosso Deus.

Não estamos aqui para buscar os nossos interesses e nem para fazer a nossa vontade, mas, para revelar por meio das nossas obras, das ações que realizamos a glória e o amor de Deus pelos homens. Precisamos santificar, correr a carreira proposta, sermos semelhantes ao Senhor, para que revelemos em tudo a Sua vontade e assim, pratiquemos o jejum, o verdadeiro jejum que agrada a Deus!