Existe condição para louvar o Senhor?

Oração de Davi quando estava na caverna e sendo perseguido por Saul. Ele afirma diante de Deus o seguinte: “Ó Senhor, eu grito pedindo a tua ajuda. Ó Deus, tu és o meu protetor, és tudo o que desejo nesta vida. Escuta o meu grito pedindo socorro, pois estou caindo no desespero. Salva-me dos meus inimigos, pois eles são fortes demais para mim. Livra-me do sofrimento, e eu te louvarei na reunião do teu povo porque tu tens sido bom para mim.” (Salmos 142:5-7, NTLH).

Pedir pelo alívio no sofrimento, na dor, pedir para ser livre do inimigo e impor a condição de louvar o Senhor por por causa do livramento é o que devemos fazer? Quando olhamos a vida de Jesus é assim que devemos agir?

Davi, como nós, não estava errado ao fazer este pedido. Quantas e quantas vezes já pedimos ou até mesmo continuamos a pedir, pois não suportarmos a dor, o sofrimento ou mesmo a perseguição. Perseguição que se dá pelos colegas de trabalho, pelo chefe, colegas de escola por causa da fé, por causa de quem somos. Mas este pedido demonstra maturidade e conhecimento de Deus? Revela a plenitude de Cristo em nós e através de nós? Não é o nosso propósito sermos semelhantes ao Senhor e o revelá-Lo em todas as situações de nossa vida neste mundo e nos relacionamentos que desenvolvemos?

O que Jesus fez no Jardim antes de ser condenado? Não pediu que o Pai o livrasse? Mas como ele completou este pedido? Não foi que cumprisse a vontade do Pai e não o que Ele (Jesus) queria? E o que aprendemos com Paulo com relação aos nossos inimigos, aqueles que nos perseguem (conforme Rm 12:17-21)? Não é para orarmos? Não é para darmos água, se tiver sede ou comer, se tiver fome? Não foi Jesus que afirmou que devemos amar os nossos inimigos? Não foi Ele que nos disse para orarmos por eles? E não foi Ele que na cruz pediu para o Pai perdoar os seus pecados? Estão os nossos exemplos somente nestes casos? Não! Temos outros exemplos como o de Estevão, que pediu ao Senhor para não atribuir culpa àquelas pessoas que o estavam apedrejando (ou seja, que lhes perdoasse); e quem estava junto? Paulo, somente Paulo.

Não foi o apóstolo Paulo que escreveu em suas cartas que devemos nos alegrar nas tribulações, nas perseguições, pois estávamos sendo dignos de padecer por Cristo para que amadurecêssemos?

Temos que olhar as coisas que nos sobrevêm sob a perspectiva do Deus que afirmamos conhecer. Não é Ele Senhor de tudo? Não sabe Ele o que é melhor para nós? Não são estes os meios que Ele usa para que cresçamos e amadureçamos e assim, estejamos cheios da plenitude de Cristo?

Por isso quando lemos nas cartas de Paulo devemos compreender a vontade de Deus e o significado da tribulação em nossa vida: “Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se desgastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque nós não prestamos atenção nas coisas que se veem, mas nas que não se veem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre.” (2 Coríntios 4:16-18, NTLH), assim como nos demais textos: Rm 5:3-4; 12:12; 2 Cor 8:2.

Nossa carreira à semelhança do Senhor é muito mais importante que nossas tribulações. Devemos fixar os nossos olhos no autor e consumador de nossa fé, sabendo que recebemos o poder do alto, nos habilitando.