Temos duas situações no evangelho de Lucas, no capítulo seis, onde encontramos estas condições, onde um fariseu colocou a lei acima da atitude de demonstração de graça e da justiça divina. Primeiro, os discípulos estavam colhendo espigas para saciar a sua fome e na outra, Jesus questiona sobre curar ou não no sábado, e podemos observar: ” E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito aos sábados?” (Lucas 6:2, RAStr), e com Jesus: ” Então, disse Jesus a eles: Que vos parece? É lícito, no sábado, fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou deixá-la perecer?” (Lucas 6:9, RAStr).
E nós? Como temos nos comportado diante das situações e diante dos homens? Temos agido como o fariseus, compreendemos o que significa misericórdia? Compreendemos o que quer dizer graça e justiça divina? Temos nos libertado de leis e valores religiosos que criamos para estabelecer regras de aparência e esquecemos o verdadeiro ensinamento de Jesus?
Nós não compreendemos as coisas, como o fariseu, e priorizamos a aparência em detrimento do verdadeiro valor que está por trás das coisas. Por isso não fazer as coisas no sábado não era um aspecto de religião, mas, uma necessidade de descanso que o homem precisava. O sábado foi criado por causa do homem, para que descansasse e não para que fosse desprezado a misericórdia e a compaixão pelas vidas.
Hoje não temos mais a lei, mas, não temos criado leis semelhantes, regras que são imposição de homens para guardar a aparência e valores superficiais e aparentes que em nada traduzem a verdadeira motivação do homem? Quando deixamos de cumprir a misericórdia, revelar graça, manifestar compaixão por causa de uma regra é momento de revisarmos o que estamos fazendo. Não existe nada de Deus nestas coisas. Se o que fazemos manifesta misericórdia e graça, então, nesta ação está a vontade do Pai para a nossa vida.
Quando colocamos regras sobre quem pode servir a Deus, cumprir a sua função no corpo, será que estamos extrapolando os valores e a vontade de Deus, quando simplesmente deixamos de observar a recomendação que temos nas escrituras?
Queremos e afirmamos que desejamos cumprir a justiça de Deus, mas olhamos somente o aspecto de punir o pecador e nos esquecemos que a justiça está no fato de repartir do que temos recebido e de quem somos no Senhor: condenamos, mas não nos preocupamos com a salvação de sua alma, e nem que tenha o verdadeiro conhecimento da luz e da vida de Deus. Somos acusadores dos homens, condenadores de seus atos, mas não movemos um dedo sequer para revelar a misericórdia, a graça, a compaixão e a justiça que Deus revelou por meio da cruz.
Até quando iremos sobrepor a vontade do Pai, até quando acharemos que somos melhores e sabemos mais do que Ele que estabeleceu todas as coisas e nos ensina sobre misericórdia. Precisamos entender este básico da vida com Deus, precisamos santificar o nosso procedimento, remover os entulhos que temos colocado de maneira que a vida de Dele flua em nós e através de nós, revelando o Deus verdadeiro e não uma religiosidade humana, uma devoção com os valores humanos que não tem nada a ver com a verdadeira vida que Ele deseja conceder a todos por meio de Jesus Cristo.
Que sejamos juízes de nós mesmos, que não extrapolemos os valores de Deus, estabelecendo regras e preceitos que são ensinamentos de homem, deixando de lado a misericórdia, a graça e a compaixão.
Sim,Malone, precisamos amadurecer e abandonar toda prática religiosa que são preceitos e ensinamentos de homem.
Precisamos focar nos valores do reino, na vontade do Pai, na lei do amor, e no desempenhar de nosso papel como cidadãos do reino, como filhos de Deus, como embaixadores e reconciliadores dos homens com o Pai.
Que o Senhor nos conceda discernimento, entendimento e sabedoria para agirmos como filhos.
Ótima meditação Enio, realmente precisamos rever os nossos conceitos no que se refere a graça e a misericórdia de Deus em favor do nosso próximo.