Repensando nossas revoltas

Talvez José não tenha entendido a sua situação, a sua provação até o momento que diante dos seus irmãos pode perceber que tudo tinha ocorrido por causa da providência divina e Sua expressão de amor por nós, como podemos ler: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.  Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita.  Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento.” (Gênesis 45:5-7, BEARA).

Não tinha José razão suficiente para odiar os seus irmãos e não lhes conceder o perdão? Não tinha ele motivo suficiente para reclamar e se revoltar contra a sua familia e o seu Deus por tudo que tinha passado? Não merecia ele vingar por tudo que tinha sofrido?

Este sentimento de revolta, de vingança que tanto enche a nossa vida com relação às pessoas está no fato de não compreendermos quem somos, quem é o nosso Deus e a Sua soberania sobre todas as coisas. Precisamos lembrar de todas as promessas e de todas as palavras escritas pelos profetas, pelos apostólos, pois caso contrário nossa revolta não é contra as pessoas, mas sim, com relação ao Deus que declaramos ser Senhor sobre toda as coisas, a quem nos declaramos estar subordinados e a quem confessamos que é soberano.

Quando olhamos a vida de pessoas que serviram a Deus, revelaram o Seu reino neste mundo, que diante das situações não ser revoltavam e nem lamentavam, mas davam graças a Ele, davam um testemunho fiel de que conheciam algo superior. Estas pessoas, como Paulo, que confessam se alegrar, descansar diante das tribulações, diante dos problemas porque sabem que todas as coisas cooperam para o bem de todos que amam a Deus.

O amor a Deus é expresso na confiança, no descanso que manifestamos diante de nossas lutas e problemas, por sabermos que o Soberano tem tudo sob o Seu controle e que nada nos sobrevem que não seja do Seu agrado, para o nosso aperfeiçoamento e para sermos testemunhas do Seu reino e da Sua vida neste mundo.

Precisamos repensar nossas atitudes e pensamentos contra as pessoas, pois não estamos nos revoltando contra estas, mas sim, contra o que Deus esta fazendo e permitindo. Que possamos ser luz e revelar a graça e a misericórdia para com todos em todo o tempo e todo lugar.