Deus nos ouve?

Deus não é diferente do que foi com Daniel, assim como o ouviu, assim Ele nos ouve: “Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras;  e, por causa das tuas palavras, é que eu vim.” (Daniel 10:12, BEARA).

O que confundimos muitas vezes é a forma como nos aproximamos de Deus. Se chegarmos a Ele achando que tem a obrigação de nos atender, se nos aproximarmos com uma lista interminável de pedidos voltados para o nosso egoísmo, para atender a nossa demanda, dificilmente conseguiremos a resposta que desejamos, como Tiago escreve em sua carta: ” De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?  Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;  pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.  Infiéis,  não compreendeis que a amizade do mundo  é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:1-4, BEARA).

O que precisamos aprender e que lição podemos tirar diante das dificuldades, dos momento onde achamos que Deus não nos responde? Devemos olhar sob dois aspectos, um se refere à forma como pedimos e a outra é o que estamos pedindo.

A forma de pedir está relacionada à postura, motivação, isto é, norteamos o nosso pedido baseado no fato que Ele tem que responder? Ou nos aproximamos em humildade, reconhecendo que dependemos Dele para todas as coisas, e que Ele é quem governa a nossa vida? Se reconhecemos a nossa dependência, se nos aproximamos com um coração quebrantado e compungido, então, podemos confiar em Suas promessas, caso contrário, precisamos rever os nosso valores, nossa postura e o nosso coração diante do Pai nos arrependendo no nosso orgulho e egoísmo.

E, quanto aos pedidos? O que temos pedido ao Pai? É algo voltado para o nosso egoísmo, para o atendimento de nossa necessidade e vontade, para satisfazer o nosso ego, nossa alma e a nossa carne? É para esbanjar conosco mesmo? Se assim for, difícilmente seremos ouvidos e atendidos por Deus. Tudo que tem o fim em nós mesmos não procede de Deus, mas é humano, animal e é demoníco. Quando nos movemos em favor dos outros, agindo pelos outros, também, podemos confiar em Suas promessas.

Precisamos sempre olhar a motivação do nosso coração e o porquê nos colocamos diante do Criador. Sua soberania é inquestionável e não temos o que discutir, mas o Seu governo sobre a nossa vida é uma realidade? Ou temos andado conforme o pensamento do mundo, segundo os valores e pensamento dos homens?

Onde abunda o pecado, onde existe a corrupção da natureza humana não está presente a vida de Deus e temos sido somente religiosos e andamos fora do propósito e do querer de Dele. Que possamos entender o nosso papel como cidadãos do reino, como representantes, como embaixadores de Deus neste mundo, que cumpramos o nosso papel como sacerdotes do Altíssimo e revelemos o Seu reino neste mundo, manifestando o Seu governo sobre a nossa vida, manifestando as Suas obras entre os homens, materializando a realidade espiritual que vivemos a todos os homens com quem nos relacionamose e principalmente, nos colocando diante Dele com um coração que traduz a obra que Ele fez em nós.