Por que os relacionamentos não funcionam?

Olhamos a igreja de atos, observamos como era o relacionamento e  comunhão dos irmãos, achamos o máximo, desejamos profundamento viver a mesma experiência, mas não compreendemos como, porque não queremos nos submeter ao que de nós é exigido.

Queremos a segurança que o relacionamento pode nos conceder, o conforto, mas não queremos nos submeter a ele porque ao fazermos isso, perderemos a “liberdade” que tanto preservamos. Como lidar com esta questão de liberdade e segurança no contexto de relacionamento?

Quando avaliamos no contexto estes dois termos sob a perspectiva egoísta humana, não é possível alcançar os dois. Pra alcançar segurança em um relacionamento, precisa gerar compromisso um com o outro, implica em perda de liberdade e do direito de fazer o que quiser com a própria vida. No relacionamento não podemos alcançar a liberdade da falta de compromisso e nem ter ao mesmo tempo o compromisso que é requerido.

Esta dicotomia somente pode ser resolvida segundo os princípios e fundamentos do reino de Deus, sob a perspectiva da Sua natureza. Quando analisamos o conceito de liberdade que nos é trazido pelo Senhor Jesus, quando compreendemos o conceito de amor, de graça, então podemos alcançar o melhor dos dois.

A liberdade não é o poder fazer o que queremos e quando desejamos, mas é ser capaz, é ser livre para poder fazer isto, ter a consciência e poder de escolha. É ter a escolha de poder tirar ou pupar a vida, escolher o melhor, mas não o melhor segundo uma expectativa e pensamento humano, mas pela perspectiva do eterno, da preservação da vida. É como Deus escolheu: podendo deixar-nos mortos em nossos delitos e pecados, ou se mover em nosso favor para nos reconciliar. É sabendo que não tínhamos condição e nem esperança, Ele provê a forma, o meio e a condição para sermos reconciliados com Ele e usufruirmos da Sua vida. E não merecendo, recebemos o favor, a graça. Nisto está o verdadeiro conceito da liberdade que devemos aprender. Não é fazer o que é melhor para nós, o que é confortável, mas fazer o que edifica o outro, que leva ao outro a um lugar mais alto, mais maduro.

Paulo, declara aos Gálatas o seguinte: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gálatas 5:13).

A liberdade está no fato de não nos submetermos aos desejos e pensamentos segundo a natureza humana, mas sim, entendendo-os, sermos capazes de pensar no outro, na necessidade e atuar em seu favor para edificação, servindo e ajudando-o a chegar onde Deus deseja que todos nós estejamos.

Por isso, ao lermos na carta aos romanos, podemos compreender melhor: ” Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.  Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.  Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito:  As injúrias dos que te ultrajavam caíram sobre mim.” (Romanos 15:1-3).

Para os relacionamentos funcionarem, para que alcancemos a comunhão como prescrita por Deus, e disponibilizada a nós, precisamos rever os nossos conceitos de liberdade. Precisamos abandonar os valores deste mundo, e nos sujeitarmos a Deus.

Para que os relacionamentos entre as pessoas funcionem, para que haja a verdadeira comunhão, o conceito de liberdade de Deus, que gera compromisso com o próximo, tem que estar permeado na igreja, caso contrário, não manifestaremos a vida de igreja como temos que revelar neste mundo.

Somente abrindo mão do conceito egoísta que poderemos nos comprometer com o outro, em seu favor, ajudando-os  a chegarem onde Deus deseja que nós, como igreja, estejamos. E é fundamental compreendermos que não é o outro que tem que mudar, mas, nós. Agirmos da maneira como Deus fez, sendo Seus imitadores, existe a possibilidade do outro ver, compreender e mudar.