No livro de Isaias podemos ler: “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu,” (Isaías 29:13).
Nestas palavras proferidas pelo Senhor por meio de Isaias são suficientes para nos chamar à realidade, para abrir os nossos olhos e nos levar a refletir sobre o que temos feito, sobre nossa religiosidade e expressão de conhecimento de Deus.
Não podemos nos enganar e nem nos deixar enganar, pois palavras, decorar o que a palavra fala, cantar, desenvolvermos longas oração, sermos repetitivos, não são suficientes para que possamos afirmar que conhecemos e tememos a Deus. Onde e como é a verdadeira expressão de conhecimento de Deus e o que significa conhece-lO?
No evangelho de João, podemos ler: ” E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3). Mas o que significa conhecer a Deus e ao Senhor Jesus? Temos que compreender primeiramente que religão, expressões religiosas, conhecimento teórico não são expressão de conhecimento de Deus.
Conhecimento de Deus está no experimentar, de compartilhar, de usufruir da Sua vida. Mas como podemos ter e alcançar isso? Jesus disse também que quem O ama obedece aos Seus mandamentos. Precisamos ter este entendimento da necessidade e da consciência de uma natureza transformada, de uma nova vida que se faz necessário, de uma reconciliação. E a experiência de reconciliação é única e individual e se dá pelo reconhecimento de que vivemos longe, distantes, que não experimentamos da vida de Deus, que estamos separados e mortos em nosso pecado, em nossa religiosidade, mas que queremos e buscamos, muito mais que uma vida religiosa, mas o conhecimento e a união com Deus.
Este foi o propósito da vinda de Jesus, Ele é o verbo que se fez carne para nos reconciliar com Deus. Sua morte na cruz tem o único propósito de nos conceder a vida, de nos reconciliar e nos libertar do poder do pecado, e restaurar a vida. Quando e como alcançamos? Quando nos entregamos, colocando a nossa vida aos pés da cruz, onde deveríamos ser crucificados, precisando compreender que esta obra realizada por Cristo na cruz, Sua morte é que nos reconcilia com o Criador, vivifica o nosso espírito e nos dá da vida de Deus.
Tendo sido reconciliados, precisamos conhecer Deus, andar com Ele, viver em Sua presença, andar segundo a Sua natureza, revelando e proclamando as Suas virtudes. Fomos reconciliados para conhecer e revelar Deus ao mundo por meio de nossas obras, pelo nosso andar entre os homens.
Conhecemos a Deus, quando em temor, nos submetemos à Sua vontade, quando fazemos morrer a natureza humana, negamos a nós mesmos, nossos desejos e submetemos a vontade de Deus, andando e fazendo segundo a Sua natureza, porque na reconciliação, fomos habilitados, capacitados para fazermos e vivermos segundo o que Lhe agrada (1 Pd 1:3-4) porque recebemos na natureza de Deus.
Esta consciência e o buscar conhecer a Deus, nos submetendo a cada passo, a cada iluminar do entendimento é que nos conduz no caminho que Ele deseja para as nossas vidas. Ele não quer a nossa religiosidade, mas que aprendamos a viver como Ele é, conhecendo e revelando por meio de nossos membros o conhecimento e a vida Dele entre os homens.
Conhecemos a Deus quando fazemos e vivemos segundo aquilo que Ele é, conforme buscamos intensamente conhecer e compreender a Sua vontade. Não existe conhecimento de Deus onde não existe a perserverança, o avançar, o negar a si mesmo, o rejeitar a natureza humana. O conhecimento vem quando morremos para nós mesmos, para a nossa vontade, reconhecemos que a cruz é o instrumento de morte e seguimos ao Senhor, sendo Seus imitadores.
Fazendo assim revelaremos o verdadeiro conhecimento de Deus e expressaremos nos nossos atos a transformação operada em nossa vida por Ele, o Criador.