Compreendendo nosso propósito

Jesus, um pouco antes de iniciar os ensinamentos mais importantes para o seus discípulos, diante da situação que estava para enfrentar (a sua  crucificação), emitiu as seguintes palavras: ” Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora.” (João 12:27).

Estas são emitidas logo depois de fazer a seguinte afirmação: ” Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.  Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.” (João 12:25-26).

O que temos para aprender com o Senhor diante das crises, dificuldades, problemas, provações que enfrentamos? Ele não está nos ensinando a fazer escolhas alinhadas com a vontade do Pai? Qual o propósito de nossa vida neste mundo? Quem somos e o que devemos fazer diante de situações que enfrentamos no nosso dia a dia?

Temos Jesus como modelo, como o  nosso alvo quanto a semelhança, que atitude tomar e como fazer as coisas. Esta corrida, este alvo é o que chamamos de santificação, é o rejeitarmos o pensamento do mundo e andarmos segundo os valores do reino.

Ele nos dá o exemplo nesta situação. Ele sabia o que tinha que passar, tinha consciência do sofrimento, da dor, para cumprir a vontade do Pai, Ele tinha claro entendimento que aquele momento era a razão da Sua vinda para que pudéssemos ser reconciliados com Deus. Ele, como homem compreendia a dor que iria sofrer, e que a jornada até o calvário não seria fácil. Mas, revelou o entendimento que tinha da vontade do Pai: quem era, e qual era o Seu papel e o que significava negar-se a si mesmo. Ele deseja que aprendamos isto: O que significa ser Seu discípulo.

A questão de sermos discípulos de Jesus é termos este entendimento sobre negarmos a nós mesmos. Negarmos os nossos interesses e objetivos, desejos e vontades para cumprir a vontade do Pai. Como filhos de Deus, feitos filhos pela obra de Cristo na cruz, recebemos da natureza, fomos capacitados para viver o reino de Deus na sua totalidade, andando segundo o entendimento que Ele nos dá. Andarmos segundo os Seus valores, fundamentos e princípios. Ser cidadão do reino é aprendermos a fazer a mesma escolha que Deus e é isto que precisamos entender: temos que ser Seus imitadores, como filhos amados.

Situações como: não levar desaforo para casa, preocuparmos com o nosso orgulho ferido, não concedermos perdão a quem nos ofende, enganar para não sofremos o prejuizo, não abrirmos mão do nosso desejo, nossa primazia, fazermos acepção de pessoas, priorizarmos “os nossos amigos”, tratando com diferença, preferindo uns em detrimento de outros, fazermos as coisas sem zelo, ficarmos magoados, e tantas outras ações que estão ligadas ao pensamento do mundo e que sabemos, teoricamente, segundo a palavra de Deus que são contrárias à Sua natureza, não podem fazer parte de nossa vida. São escolhas que temos que fazer, e aprender.

Quando entendermos isso, então, iniciaremos a jornada de amadurecimento, de santificação para expressarmos o nosso Deus através de nossas atitudes, sendo modelo para o rebanho, entendendo que somos filhos e que por isto, por termos a vida eterna, então, viveremos segundo a natureza do Pai.

Agora, enquanto não fizermos isto, estaremos sendo religiosos, buscando o nosso interesse, como aconteceu na época de Jesus: ” Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga;  porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus. ” (João 12:42-43).

Entendemos o nosso propósito, a razão de nosso viver unicamente para sermos louvor da glória de nosso Deus? Se entendemos isso, então, negarmos a nós mesmos fica mais fácil, rejeitar a glória dos homens é algo mais assimilável para nós,  pois compreendemos que abandonamos algo ruim pelo melhor que podemos ter, tanto neste mundo, como no porvir.