Jesus disse que veio para proclamar a libertação dos cativos, e também, podemos ler outras passagens que falam disto, como: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32). “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36).
Que liberdade é esta prometida por Cristo Jesus, o Senhor? Libertação do quê? Somos escravos de quem? Podemos refletir sobre a nossa vida, nosso dia a dia. Sabemos que sentimos um vazio profundo e que desejamos ardentemente o preenchimento deste, a sua remoção das nossas vidas. Sabemos, também, quando devemos fazer o bem; mas na maioria das vezes não o fazemos. Temos um código de ética, gravado em nossos corações que nos revela o que é correto e o que não é. Sabemos que a mentira não é algo bom; mas continuamos a mentir; que a hipocrisia não deve ser praticada, que o roubo, o engano não devem fazer parte de nossa vida, não devemos fazer acepção de pessoas, não revelar ódio, ira, não devemos ficar magoados e nem decepcionados; mas em tudo praticamos o que não deve ser feito.
Jesus disse: “…Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8:34); pois tudo que fazemos, sentimentos contrários à natureza de Deus é pecado, e quando fazemos estas coisas, conscientes que não devemos fazer, não importa o quê, é pecado. Quando fazemos o que sabemos que não devemos; então, estamos na realidade sendo dominados por aquilo, sendo escravos de nossos sentimentos e emoções que não dominamos. O que Jesus veio fazer foi justamente nos libertar; pois a sua obra tem um só propósito, remover o pecado, como foi testemunhado por João Batista: “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29).
Sendo Ele, Jesus, o responsável por remover o pecado do mundo, e isto não depende de nós, mas de Sua obra na cruz, é a abolição, é a remoção, o eliminar, acabar com o poder do pecado. Este é uma ato de Deus em favor do homem, sem qualquer merecimento; é um ato de Sua graça, revelado em Cristo Jesus. A libertação do pecado é um ato de Deus em favor do homem.
Mas como podemos receber o benefício deste ato? Como está escrito: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5:24) e “De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (João 8:12) e até mesmo: “Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados.” (João 8:24).
Por isso, o ato da abolição do pecado é um ato de Deus. O benefício é colhido, quando passamos a fazer parte do reino de Deus, quando entregamos as nossas vidas a Jesus, como Senhor e Salvador; quando nos colocamos debaixo do Seu sangue. Por isso precisamos entender as Suas palavras quando afirmou: “Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.” (João 12:25).
Mas o que significa de fato a liberdade alcançada? Para termos o entendimento correto da libertação precisamos entender primeiramente no que fomos feitos, ou seja, somos transformados em filhos. Deus nos recebe como filhos por adoção, isto é resultante da graça por meio da fé em Cristo Jesus.
Quando compreendemos que somos filhos, feitos filhos, que recebemos a vida, a salvação, a reconciliação com o Criador; e que recebemos toda a capacitação, conforme 2 Pedro 1:3-4; então não temos razão para viver de forma diferente da natureza de Deus com a consciência do perdão recebido e da libertação proclamada.
Por que queremos nos justificar, nos defender? Por que ficamos irritados, odiamos, ficamos magoados? Por que não conseguimos perdoar? Tudo por um único motivo; porque queremos nos justificar, provar quem somos, porque achamos que não merecemos o que sofremos, porque achamos que somos bons e não merecedores dos atos que fomos alvos. Porque não temos a consciência da obra de Deus em nossas vidas e no que ele nos transformou.
Quando nos prendemos a estes sentimentos e pensamentos, no fundo, não compreendemos a salvação recebida, a graça concedida por Deus; por isso, não temos a consciência da abolição incondicional da escravidão do pecado que foi proclamada por Deus por meio de Jesus Cristo nos restabelecendo à Sua comunhão.
Como filhos não podemos viver cegos para esta realidade. Não podemos nos deixar dominar por aquilo que já morremos na cruz com Cristo. Estamos mortos para o pecado; mas o diabo deseja nos acusar, e quer que provemos de fato quem somos, e ai, nos voltamos para carne e não vivemos segundo a realidade espiritual que fomos inseridos; e agimos, então como escravos do pecado. Quando fazemos assim, tentando provar quem somos, caímos na cilada e na armadilha que ele nos armou.
Sermos filhos, termos a consciência de filho, associado ao entendimento da libertação do pecado, do poder derramado em nossas vidas é o primeiro passo para usufruirmos a abolição da lei do pecado em nossas vidas e para expressarmos agora a natureza de Deus, vivendo em novidade de vida, não como escravos do pecado, mas como filhos de Deus.