Justiça própria ou humilhar-se

Como se dá a expressão de justiça própria? O que pensamos de fato quando estamos apontando as falhas e erros dos outros? O que sentimos no fundo do nosso coração? Qual o pensamento?

Conhecemos a palavra de Deus, compreendemos o plano de salvação, compreendemos a salvação pela graça, por meio da fé; mas temos agido para com os homens cheios de misericórdia e graça, como Deus agiu e age conosco? Ou temos nos colocado como o fariseu da estória de Jesus? “O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. ” (Lucas 18:11-14, BEARA).

Vamos entender o que seja se humilhar, pois é sobre isso que Jesus fala, foi assim que Ele iniciou o sermão da montanha; o quão bem aventurado é aquele que é pobre de espírito, ou os humildes, pois deles é o reino do céus. Ser humilde, ser pobre de espírito, está relacionado a reconhecer a dependência completa de Deus. Não existe na vida de uma pessoa humilde, conforme a palavra usada para expressar esta bem aventurança e o que Jesus contou, qualquer orgulho, qualquer motivo para confiar em si mesmo. A sua justificação, a manutenção da sua vida é decorrente do operar e do realizar de Deus. Na misericórdia divina, na Sua graça é que há o reconhecimento do operar de Deus.

Agora, por termos recebido a salvação, a reconciliação, por termos entendimento e por acharmos que somos “bons”, que as obras que fazemos, ou por não fazermos isso ou aquilo; por apontarmos os defeitos dos outros, por acharmos que somos “melhores” que outros, não estamos agindo corretamente; podemos ter a consciência clara que estamos agindo como o fariseu da estória de Jesus.

A nossa justificação, o perdão do nosso pecado; por não cometermos “alguns” pecados, pecados que outros cometem, podemos achar que somos melhores e podemos apontar o “defeito” dos outros; estamos vivendo de forma enganosa, nosso coração esta cheio de orgulho e estamos achando que somos melhores. A pior coisa que pode nos acontecer é esquecermos de quem somos. Mesmo tendo a salvação, mesmo sendo participantes da graça de Deus, continuamos a ser pecadores, iguais a qualquer outro conhecedor ou não da graça de Deus. O que nos permite apresentar e estar na presença de Deus é o sangue de Cristo vertido na cruz e não nossa “evolução” no processo de santificação. Não vivemos uma vida “sem pecado”; vivemos uma vida onde cometemos pecado e o sangue nos purifica, e onde, num processo continuo de arrependimento, vamos deixando de praticar as obras da carne e vivemos segundo as obras de Deus.

Temos que ter este entendimento claro. Não somos melhores que ninguém, não estamos acima de ninguém, não temos e nem podemos conduzir as nossa vida cheios de justiça própria, quando assim fazemos, estamos sendo enganados por Satanás (o acusador dos homens). Precisamos viver uma vida de humildade perante o Criador, sabendo que cada dia, é um dia vivido na graça, que a nossa vitória sobre o pecado, sobre uma vida que não agrada a Deus, está relacionado a andarmos na Sua dependência.