Precisamos entender a oração sobre outra perspectiva. Não podemos ver como instrumento para pedirmos a Deus, intercedermos por algo, como um momento de sacrifício e luta.
A oração deve ser antes de mais nada um momento de alegria, de prazer, de descanso. É uma instrumento para colocarmos a nossa ansiedade aos pés da cruz. Deve ser um momento de confissão da dependência, o reconhecimento que precisamos do Pai, a confissão que sem Ele não temos como viver ou fazer o que quer que seja.
Nós expressamos esta dependência não pelo que falamos, não pelas muitas palavras e expressões; mas sim, através da atitude de um coração compungido, contrito, quebrantado diante de Deus.
Como podemos observar nas várias orações realizadas na bíblia por diferentes pessoas. Seja Daniel, Esdra, o próprio Senhor Jesus, na oração que Ele nos ensinou, na sua oração realizada em joão 17. Nas colocações e confissões de Paulo em suas cartas.
Dependência, humildade, confissão que precisamos do Pai. Não existe vida, não existe conhecimento de Deus, não existe expressão de fé, de confiança em Deus que não seja a declaração por meio de nossa oração, nossa atitude, e de um coração que reconhece que precisamos do Pai. Esta atitude, posição de dependência são expressão clara de uma oração que agrada a Deus, de algo aceitável.
É termos o mesmo coração e proclamarmos da mesma maneira que Moisés que afirmou que sem que o Senhor acompanhe, não dá para ir. Também, não iremos, não podemos ir, não podemos fazer nada que possamos imaginar, que possa trazer o fruto desejado pelo Pai para o Seu reino. É termos a convicção do salmista, quando declara que se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Esta atitude deixa claro que não é uma questão de fazer; mas sim, de fazer dependendo, reconhecendo que a obra, que o que tem para ser feito depende de Deus, do operar do seu Espírito.
Entendamos; não estamos discutindo passividade, preguiça, má vontade; mas sim, de fazermos o que Deus nos pede para fazer, não segundo o nosso braça e nem a nossa força; mas pela declaração em tudo, e em especial, pela oração de nossa dependência, que precisamos, que necessitamos do Seu andar junto conosco, de nos conduzir em toda a sua vontade.
Não é uma questão de pedir, de clamar; mas de nos colocarmos a disposição, com um coração integralmente voltado para a declaração, confissão que dependemos do Senhor.
Através da oração, nós conseguimos enxergar a nós mesmos, o que somos, o que queremos, como queremos e o quanto está em nós depender do Pai. Por isso, neste momento de comunhão, devemos, parar, refletir, e pensar sobre o que temos pedido, como nos temos colocado diante do Criador. Nós o vemos como alguém para atender a nossa necessidade e suprir as nossas faltas, ou, nos vemos como instrumentos de Deus, representantes do Seu reino, disponíveis para realizar a vontade daquele que nos criou em Cristo Jesus.
Ainda que nossa dependência nos faça recorrermos ao Eterno com pedidos, falar com Deus é delicioso. É tão bom num dia-a-dia onde tantos não nos entendem, ou mesmo nós não estamos nos nossos bons momentos interiormente falando, e podemos deitar no colo dEle. Ou mesmo num dia de alegria agradecermos a ele pela companhia nos dias mais difíceis e por todo apoio dado. Ou simplesmente falar com ele tudo que não podemos compartilhar com mais ninguém… Orar é muito bom… E além de tudo isso, essa possibilidade de acesso ao Altíssimo, ele ainda nos garante que nos mostra o oculto e o escondido, aquilo que não conhecemos (Jr 33.3), é muita graça!