Quando lemos no antigo testamento, palavras dadas por Deus aos seus profetas, como a relatada a seguir por Ezequiel, devemos refletir sobre o nosso papel como líderes, como pastores do rebanho, como idôneos para conduzir o povo ao conhecimento e compreensão da graça e do amor de nosso Deus: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque. ” (Ezequiel 34:2-6, BEARA).
Assim como aconteceu com os líderes da nação de Israel, responsáveis com conduzir a nação ao temor do Senhor, mas levou este povo a se desviar; não obedecendo e nem ensinando temor, a não viver segundo as leis estabelecidas; temos nós, como líderes, experientes e idôneos conduzido as pessoas no conhecimento da vontade de Deus? Ou temos tido a mesma atitude que os pastores de Israel? Temos esfolado? Temos pregado sobre sofismas, volta a lei? Não temos ensinado sobre a obra que Deus fez, mas sim, temos sido cooperadores de Satanás, quando incentivamos as pessoas a fazerem, a obedecerem, para mostrar que são? Temos extorquido o rebanho e usado os recursos em interesse próprio e objetivos pessoais? Temos trabalhado as vidas para investirem no que é eterno; ou estamos focados no temporário, na visão deste mundo e não no que é eterno?
O papel de um pastor não é dominar sobre o rebanho; mas sim, ensinar sobre autoridade e poder do Espírito Santo, ensinar sobre obediência, sobre valores eternos, sobre a vida eterna e não a desperdiçar tempo com coisas temporárias, coisas efêmeras deste mundo. É papel do líder ser exemplo, dar o testemunho da vida que agrada a Deus, falar e mostrar; isto sim, é fazer discípulo. É levar as pessoas a maturidade, a independência para que possam gerar filhos, filhos segundo a natureza de Deus, e não segundo valores temporários deste mundo.
Precisamos, como líderes, compreender o papel de um pastor, assim com pais, não criamos os filhos para nós, não são nossos, criamos os filhos para que sejam pais, para que assim, possam ensinar os seus filhos a serem pais. Se erramos neste fundamento básico, não estamos cumprindo o nosso papel, não estamos ensinando as pessoas a viverem na graça e pela graça de Deus. Estamos criando pessoas dependentes que nunca saberão o que fazer e nunca gerarão filhos.
A questão não é criar pessoas que pensam como “eu”, que fazem como “eu faço”; mas sim, quando ensinamos as pessoas a irem até a fonte, a pescar o que precisam, que aprendem a questionar, e não a se submeterem sem questionamento, sem o julgar na palavra.
Criamos filhos espirituais maduros quando os criamos para gerar filhos, para serem independentes, e mesmo para questionarem o que temos feito e como temos feito. Fazemos isso; para que o reino cresça, expanda neste mundo e a vontade de Deus seja conhecida de todos os homens. Nosso papel é fazer Deus conhecido como Ele deseja ser conhecido e não criar, fantoches que podemos manipular segundo o nosso coração e o nosso desejo e para atender objetivos e metas pessoais, que nada tem a ver com o eterno de Deus.