Parceria com Deus para revelar o reino

Um dos pontos que nos falta compreensão é o nosso papel neste mundo, o porquê estamos aqui, qual a motivação e razão de Deus em nossas vidas, o que tem a ver igreja com tudo isso, e principalmente o que é esperado de nós.

O nosso desconhecimento, pode levar-nos por caminhos que estão completamente fora do propósito e do querer de Deus, por isso, conhecer a vontade de Deus, explicita em sua palavra, é fundamental e não nos permitirá a condução por caminhos de religiosidade e sofismas que não traduzem o querer de Deus.

Na carta de Pedro, podemos ler o seguinte: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9, BEARA).

Mas, ser sacerdócio real, ser nação santa, ser raça eleita, não é um privilégio de todos; mas sim, todos que nasceram de novo, que são reconciliados com Deus, que são salvos da ira de Deus, como Paulo escreveu em sua carta aos Romanos: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;” (Romanos 5:8-10, BEARA).

A reconciliação com Deus é imprescindível para desempenharmos o papel que Ele espera de nós nesta parceria de divulgar o seu reino. Para que seja possível este papel, não dá para exercê-lo sem negarmos a nós mesmos, sem declararmos a nossa morte, e entregarmos a nossa vida a Jesus Cristo, confiando que Ele é o que nos reconcilia com Deus, que Ele é o único caminho que  nos conduz ao Pai; é por meio dele que somos justificados, salvos dos nosso pecados. Deus nos salva pela Sua graça, por meio da fé, por crermos que ele nos amou e deu o Seu filho para morrer em nosso lugar. Quando entregamos nossa vida; então somos reconciliados com Deus, nascemos de novo e recebemos da vida de Deus e o Espírito Santo que faz em nós morada e nos ajuda nesta jornada para atender o desejo do Pai para as nossas vidas.

Tendo entregado as nossas vidas a Jesus como Senhor e Salvador, então, além de recebermos a salvação, gratuitamente, passamos a fazer parte da família de Deus, somos filhos de Deus por adoção; somos reconciliados e passamos a fazer parte do corpo de Cristo, a igreja. Bom, o que tem a igreja com tudo isso?

Vamos entender o que é igreja. Igreja não é templo, não é prédio, não é o local de reunião. Igreja significa uma assembleia, um ajuntamento de pessoas com um propósito e um objetivo. Agora compreendendo que igreja pode ser qualquer ajuntamento; então a assembleia de deputados, de senadores, dos vereadores, dos funcionários em greve, é uma igreja segundo a origem da palavra. Agora, quando falamos de igreja no contexto do novo testamento, estamos falando do corpo de Cristo. Onde; quando entregamos as nossas vidas a Jesus, para recebermos o novo nascimento e a reconciliação com Deus; passamos a fazer parte da igreja, do corpo, da assembleia dos santos, que tem um único propósito de levar o conhecimento de Deus aos homens.

Precisamos entender que o nosso compromisso com Deus é individual, onde cada um assume perante o Criador de se sujeitar a sua vontade, de compreender que depende Dele para realizar as coisas conforme o seu coração. Mas a expressão deste compromisso individual se dá através da igreja, do corpo de Cristo (no coletivo). Não estamos aqui discutindo as denominações e as instituições que conhecemos como “igreja”. Mas, precisamos entender que em cada um destes locais existem as pessoas que fazem parte de corpo de Cristo e aqueles que não fazem; mas quem sabe? Somente Deus e o compromisso assumido individualmente; pois as motivações, o coração de cada um, somente cada um conhece e o próprio Deus. Temos conforme a estória que Jesus contou, o joio crescendo no meio do trigo. Ele se referia ao reino de Deus neste mundo. Na igreja, temos pessoas maduras e imaturas; os imaturos, Paulo chamou de crianças espirituais, pessoas que receberam a salvação; mas que ainda não entenderam o processo de santificação e a importância da santificação da Sua vida, e vivem como carnais, ou seja, pessoa que embora tendo sido reconciliado com o Criador, ainda andam conforme o pensamento do mundo, cheio de todo fruto da carne e não do Espírito.

A santificação que a bíblia fala que devemos buscar é condição básica da vida de todo cristão, de todo aquele que entrega a sua vida a Deus, através do compromisso individual e que deseja ser usado por Deus no seu plano eterno, como está escrito: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,” (Hebreus 12:14, BEARA). Precisamos compreender que a santificação não é o ato de nos isolarmos, não termos contato com as pessoas deste mundo; adotando monastérios, isolamento para a santificação. A santificação é o ato de retirarmos, excluirmos, expurgarmos tudo que não faz parte da natureza de Deus; é fazermos morrer a natureza humana, e deixar a vida de Deus, a natureza de Deus, que recebemos se revelar em nós e através de nós, pelas obras que realizamos.

Bom tendo este entendimento que somos parceiros de Deus para revelar o Seu reino neste mundo, e que para tal precisamos pertencer a Deus, recebermos a reconciliação e seguirmos na jornada de santificação, como membros do corpo de Cristo, e que esta vontade e esta vida somente se revelará através do compromisso pessoal que assumimos diante do Criador; mas a expressão é coletiva por meio da igreja, como devemos proceder em tudo isso?

A base desta parceria está na oração, comunhão com Deus. E precisamos entender que o ato de oração, falar com Deus, não representa uma atitude de passividade; mas sim, o reconhecimento de nossa dependência, de entendimento da nossa situação perante o Criador, da nossa confissão que dependemos Dele para tudo. Tendo este entendimento, então colocamos as mãos a obra, diante do que Ele disse ser o nosso papel neste mundo, reconhecendo que o sucesso da empreitada está no provimento do Criador e que este revelar do reino de Deus está na atitude que tomamos com relação ao nosso próximo, sejam os que professam a mesma fé, ou não.

O fundamental é reconhecermos a nossa limitação, a nossa fragilidade perante o pecado, os nossos defeitos e que o próximo é tão passível dos mesmos erros que nós, ou diferente de nós. E que; portanto, além de ajuda-los, de sermos exemplo, de admoestar, incentivar; devemos demonstrar os frutos do Espírito e não os frutos da carne, como Paulo escreveu em sua carta aos gálatas: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.” (Gálatas 5:19-26, BEARA).

Revelamos o reino de Deus quando fazemos as mesmas obras de Deus com relação a nós; revelando graça, misericórdia, bondade, mansidão, ajudando, suprindo as necessidades, repartindo, obedecendo, isto é, enxergando a nós mesmos como o próximo do outro, como sendo nós, os responsáveis pelo outro.

Precisamos entender a parceria. Deus nos concedeu esta honra, e Ele revela em Sua atitude, em nos trazer para a Sua comunhão que isto é viável, que Seu plano é perfeito; portanto, precisamos, deixar a carne, o pensamento deste mundo, e agirmos no meio do mundo, como verdadeiros representantes do reino de Deus. Isto, esta atitude, esta decisão que tomamos individualmente, é manifesta através da igreja (da assembleia dos santos); as obras representam uma expressão de gratidão, de louvor, de honra, do verdadeiro amor a Deus e para com o próximo; os dois mandamentos que refletem toda a lei Deus.

Precisamos lembrar que este revelar o reino de Deus não depende de nós, de nossa força, mas sim, de andarmos na graça; reconhecendo a nossa total dependência de Deus para cumprir o Seu propósito neste mundo, agindo conforme a Sua vontade expressa em Sua palavra.

O fundamental desta parceria com Deus no revelar o seu reino é uma questão de compreendermos quem somos, o que recebemos do Criador, ou seja, entendermos a nossa identidade. Entendendo quem somos; então fazemos o que temos que fazer. E o fundamental é que faremos porque somos, e não para sermos ou para alcançarmos alguma coisa. Não temos que provar quem somos; pois Deus já disse que somos. E ser filho de Deus, fazer parte do reino de Deus, é uma condição que recebemos pela graça; não depende de nós, nem de nossas obras; mas da graça e do amor de Deus.

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