Por que somos agressivos?

Quando lemos na carta que Paulo escreveu aos gálatas, podemos observar: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza,  lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. ” (Gálatas 5:19-24, BEARA).

Bom, tendo o entendimento dos frutos da carne e os frutos do Espírito; podemos observar que a agressividade, a ira, é resultante de um fruto da carne, tem origem na natureza humana; mas por que o manifestamos?

Quando analisamos a motivação de sermos agressivos, demostrarmos ira, grosseria; o que podemos deduzir? Qual a razão desta atitude? Por que agimos assim? Toda reação que temos, na carne, segundo o pensamento humano, está associado a necessidade de nos auto afirmarmos diante da situação que temos. É uma reação natural e normal, quando vivemos e estamos na carne. Podemos ser espirituais, agirmos segundo os frutos do Espírito em muitas outras áreas; mas naquele especificamente, não permitimos que o fruto do Espírito se revele em nós e através de nós.

Agora, por que precisamos da auto afirmação? De impor o que pensamos e achamos? Não estamos discutindo aqui se o outro está certo ou errado; se o posicionamento do outro é justo ou não; não se trata da justiça do outro; mas da nossa atitude. Não estamos discutindo o outro; mas a nós mesmos. A questão não é o pecado e nem a atitude do outro; mas a nossa.

A necessidade de auto afirmação está relacionada a falta de compreensão de quem somos e o que recebemos em Cristo Jesus no novo nascimento. Quando temos o entendimento que recebemos da vida de Deus, que temos a identidade definida em Deus, que somos cooperadores de Deus, filhos de Deus, e que somos, e não precisamos fazer para ser; então as nossas atitudes e reações frente a ação dos outros serão determinadas por outros paradigmas; e não pela necessidade de provarmos algo, de mostrarmos quem somos. Não temos que provar, não temos que demonstrar nada. Quando temos este entendimento da nossa identidade; então; o que vamos manifestar e revelar são atitudes que expressão o fruto do Espírito. Quando alguém agredir os princípios e fundamentos do que cremos ou que achamos que devemos fazer para revelar o que somos; e tal não acontece; então, manifestaremos a mansidão, o domínio próprio; pois temos o entendimento que a obra é de Deus, que o reino é de Deus; e que Ele é que é responsável pelo crescimento. Nós, no seu reino, somos somente cooperadores, instrumentos, para que conduzir o outro ao amadurecimento.

Quando somos agressivos é porque queremos provar quem somos; mas para o reino de Deus; nós não precisamos provar; pois nós somos, e temos a consciência de que Deus cuida de todas as coisas e que a sua vontade será realizada independente do outro ou do que outro possa fazer.

Quando formos agredidos quanto àquilo que pensamos, compreendemos; a melhor atitude como resposta é demonstrarmos mansidão, paciência e domínio próprio, e isto porque somos, e por sermos nós fazemos. Fazemos o que Deus determina para revelar a sua natureza e a sua vida entre os homens. Precisamos compreender que a melhor forma de revelar a vida de Deus; e agirmos pelos frutos do Espírito.