O propósito de Jesus neste mundo, como Ele mesmo afirmou é: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” (Lucas 4:18-19, BEARA). E a nós, Ele incumbiu deste mesmo papel; pois quando nos enviou ao mundo, Ele o fez para que fôssemos seus imitadores e fizéssemos as mesmas obras. Proclamar o evangelho, revelar o evangelho, manifestar a vida de Deus. E fazer isto é, justamente, proclamarmos a libertação, restaurarmos o entendimento, a vista do que é cego, e colocar todos os oprimidos em liberdade, e apregoar (proclamar) o ano aceitável do Senhor.
Mas para fazer isso, nós mesmos precisamos estar cientes da nossa libertação, termos a visão estabelecida (restaurada) e assim, sermos agentes de Deus para libertar todos os oprimidos.
Nós seres humanos somos egoístas, orgulhosos por natureza, pensamos somente em nós, e buscamos prioritariamente a satisfação e a recompensa para os nossos interesses e desejos. Podemos observar isso através de nossas orações, nossos pedidos a Deus, onde colocamos o nosso esforço, os sonhos e metas que temos. Se analisarmos e julgarmos e observarmos que tudo está voltado para nós mesmos; então precisamos compreender a obra e o que Deus realizou em nós.
Ele, por meio de Jesus Cristo, na cruz, com a sua morte, com o seu sangue derramado, só tinha um propósito que era a nossa libertação, libertar nos do poder do pecado, do domínio deste sobre as nossas vidas e ações. Para isso, precisamos reconhecer que morremos na cruz com Cristo, quando entregamos nossas vidas a Ele (como ele disse: temos que negar a nós mesmos, rejeitar a nossa vida e seguí-lo). Seguí-lo quer dizer, ser seu imitador. Viver como Ele viveu, fazer as coisa que Ele fez. Ser discípulo de Jesus é viver da mesma maneira, sobre o mesmo princípio. Para isto, temos que fazer o que Paulo escreve em suas cartas: fazer morrer a natureza humana, morrer para nós mesmos, servir uns aos outros em amor. Quando assim decidimos andar; então, rejeitamos as obras da carne, da natureza humana, do foco em nós, para buscarmos a Deus, Seu propósito, Sua vida e o expressar toda a sua vontade por meio de nós, como instrumentos.
Quando olhamos o livro de Jó, podemos observar sobre o aspecto de sofrimento, de paciência, de perserverar e a recompensa, e no caso dele a recompensa que teve foi material; mas o que estava por detrás de tudo isso? Por que Jó padeceu? Qual a razão do seu sofrimento? Uma batalha estava sendo travada nos bastidores do universo. Não era uma questão simplesmente do sofrimento de Jó; mas do princípio e do fundamento que deve nortear as nossas vidas. Para Satanás, Jó servia a Deus porque tinha tudo. Quando foi lhe dada a autoridade para retirar tudo da vida de Jó, tanto bens materiais, como a sua saúde, o que de fato aconteceu? Jó demonstrou de forma clara, mesmo sem todo o entedimento, sem compreender, o que ele queria, de fato, era o Doador da vida, não estava interessado nos bens materiais e nem na saúde que tinha. Ele não estava buscando as dádivas de Deus, mas ele buscava o Criador, o Doador da vida.
E nós, o que temos buscado? As dádivas, as recompensas materias, os valores deste mundo, as recompensas daquilo que achamos ser o concreto, como bens, riqueza, honra neste mundo? E temos relegado os verdadeiros valores eternos que estão em Deus e que nos são concedidos por meio de Jesus Cristo. Queremos posição, queremos o destaque; mas temos rejeitado o princípio fundamental da vida com Deus, do servir, do manifestar a graça, amor, bondade, misericórdia e compaixão neste mundo para com as pessoas que nos cercam.
Quando agimos e buscamos na limitação desta vida, valores temporários deste mundo; embora, entendendo a libertação recebida, ainda estamos cegos e estamos sendo oprimidos; não desfrutando da verdadeira libertade prometida por Cristo Jesus, nosso Senhor.
Precisamos entender quem somos, precisamos entender o que recebemos do Criador, precisamos compreender a vida de Deus e o seu plano para nós neste mundo. Temos que ter consciência da natureza que recebemos, da liberdade que temos em Cristo e o que significa desta liberdade diante da lei do amor.
Compreender o nosso papel, e que devemos buscar o Doador da vida, como Jó, nos levará ao conhecimento, ao entendimento, a restauração de nossas vistas e assim, não só usufruirmos da liberdade; mas podermos desempenhar, para honra e glória do nome do Senhor, o nosso papel, como agentes de proclamação e de libertação das pessoas neste mundo.
Busquemos, portanto o Doador da vida, não as dádivas que podemos receber. Pois em Cristo já fomos abençoados com toda sorte de bênçãos. Não precisamos e não temos mais nada que receber. Só não coloquemos em nosso coração no buscar as coisas deste mundo; mas as eternas que estão em Deus.