Mestres em julgar e condenar

Nós, pelas nossas atitudes, demonstramos que não entendemos o que lemos, ou estamos tão cegos que não conseguimos enxergar a nossa situação? Jesus disse: “Então, lhes disse: Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. ” (Marcos 4:24-25, BEARA).

Quando nós acusamos, apontamos as falhas “dos outros”, sua cegueira, a sua desobediência à palavra e à vontade de Deus. Quando apontamos para as pessoas e declaramos que queimarão no “fogo do inferno”. Ou quando estamos “comentando” sobre as atitudes e ações que os outros estão fazendo (para não dizer, no popular, “descendo o cacete”); o que estamos fazendo? Honrando? Demonstrando nossa compaixão? Demonstrando nossa maturidade? Por que fazemos isso?

Pelo simples fato: ou achamos que somos mais maduros e não compreendemos o que seja maturidade espiritual; ou porque nos achamos melhor, e não gostamos de misturar com a “ralé” que nada entende; ou estamos tão cegos que não entendemos ainda a graça e o amor de Deus.

Qual a melhor atitude que demonstra a nossa real situação? Nossa ignorância quanto a graça, compaixão e misericórdia de Deus que se revela a cada manhã. Não entendemos ainda o significado de retirar primeiro a “trave” de nossos olhos enquanto que o nosso próximo tem um cisco. Nós nos achamos tão bons, que nos sentimos dignos e capazes de julgar os outros; não compreendendo a nossa real situação.

Precisamos repensar o que entendemos de cristianismo, no signficado das palavras: “misericórdia quero”. Não estamos aqui, para julgar as pessoas, para criticá-las, ou mesmo para apontar os seus erros e falhas. Não é este o nosso papel. Estamos aqui, sim, para revelar misericórdia, para conduzir as pessoas a luz, para sermos maduros e ensinar os irmãos o caminho do crescimento. Devemos sim, andar pelo que já aprendemos. Quando nos achamos melhores que os outros, ou quando as nossas atitudes e palavras demonstram isso; é momento de julgar a nós mesmos e rever o nosso posicionamento e as nossas atitudes. Devemos, sim, não ser juizes de outros; mas de nós e nossos atos.

Amadurecer, demonstrar maturidade está no fato de acolhermos, de sermos capazes, como Jesus, de receber os pecadores, sermos compassivos com aqueles que embora, ainda crianças, desejam ardentemente o crescimento espiritual.

A vida de Deus se revela em nós, quando demostramos e agimos da mesma maneira que Jesus e não quando revelamos as mesmas obras dos religiosos. Não somos doutores da lei e nem da graça; somos simplesmente instrumentos para curar, sarar, renovar esperança, e manifestar a vida de Deus a quem deseja conhecer e experimentar do que Deus tem a oferecer aos homens.

Aprendamos a não ser algozes e nem juizes; mas simplesmente instrumentos de Deus para revelar a sua vida aos homens.