Ser luz do mundo para a glória de Deus

Jesus, ao começar o sermão da montanha, fala das bem aventuranças, depois, faz a seguinte afirmação: “Vós sois o sal da terra ” (Mateus 5:13); “Vós sois a luz do mundo. …” (Mateus 5:14); e então fala da lei e da atitude que é esperada dos seus discípulos.

Seu discurso foi revolucionário para a época, assim como é para os nossos dias. Inclusive; muitos acham que é impossível viver segundo as palavras do Senhor, que é uma utopia. Será mesmo? Por que Jesus estabeleceu padrão muito superior ao que determinava a lei?

 Precisamos compreender isto; pois se não tivermos entendimento claro sobre o propósito e o querer de Deus para a nossa vida; não cumpriremos o seu desejo e nem realizaremos a sua vontade.

Na oração do “Pai nosso”, quando a proclamamos, afirmamos o seguinte: “cumpra a tua vontade, assim na terra, como ela é realizada no céus”; então podemos nos perguntar: Como será cumprida? Por quem? De que forma?

Outra coisa que precisamos entender é com relação aos ensinamento de Jesus. Ele, em momento algum, de seu curto ministério, fala qualquer coisa sobre fundar uma seita, ou mesmo um religião. Mas ele fala sobre o reino de Deus. Ele afirma que o reino de Deus é chegado a nós. Ele afirma que o reino de Deus não viria em visível aparência; mas que estaria em nós, ou no meio de nós (dependendo da tradução). Ele, também, afirma que construiria a sua igreja (eclesia, assembleia, ajuntamento) e que as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela.

Por isso, nós estamos equivocados, quando chamamos o nosso local de reunião de igreja. O prédio não é uma igreja, e sim, somente o lugar onde a assembléia, o ajuntamento, se realiza. E esta assembléia que é constituida tem por objetivo a comunhão, adoração a Deus, e o ensinamento para edificação do corpo, nada mais, nada menos. Devemos tratar este momento, como um pedaço pequeno das nossas vidas. Mas o que faz diferença é o que fazemos com o restante do tempo. Nesta assembléia gastamos duas horas, no muito três horas, de cento e sessenta e oito horas, que corresponde a menos de dois por cento (2%) de nosso tempo em uma semana (considerando que muitos não se reunem durante a semana nas células).

Em 2 Ts 2:14, Paulo afirma que fomos chamado para alcançar a glória do Senhor. Em 2 Pd 1:3-4, também, fala que fomos chamados para a Sua própria glória e virtude.

Precisamos entender que Deus, na sua misericórdia, no seu ato de amor por nós, nos chamou para sermos participantes da sua glória, para fazermos parte do Seu reino, e quando afirma que é para sermos sal e luz neste mundo, o que precisamos entender que o nosso propósito de vida é revelar o reino de Deus neste mundo, atacar o inferno, no sentido, de recuperar vidas, levá-las a reconciliação com Deus. Mas é fundamental que entendamos, que fazemos isso, quando revelamos a glória de Deus, quando vivemos por um padrão de vida, segundo o reino de Deus, quando cumprimos, em nosso dia a dia o que está prescrito no sermão da montanha.

Temos que entender que a salvação não é o fim em si. Mas o início de uma jornada de crescimento, amadurecimento e de sermos forjados, para revelar, através de nosso corpo, de nossa vida, a glória do Senhor. Se não temos isto como objetivo de nossas vidas, estamos caminhando feito “barata tonta”, estamos fora do propósito de Deus, e deixando os principados e potestades do inferno, felizes com a nossa atitude.

Deus, além de nos chamar para a sua glória e virtude, também, nos chamou  para sermos embaixadores, reconciliadores dos homens com Ele, sermos ministros do evangelho, revelarmos o seu reino, e cumprimos a sua vontade na terra, como ela é realizada no céus.

Tendo nos capacitado, temos nos concedido tudo que precisamos para viver segundo o Seu coração, segundo a sua vontade, compete-nos o esforço, na dependência e capacitação do Espírito, andar segundo esta vontade; isto é, fazer escolhas em cada momento, por honrar e glorificar a Deus.

Por isso, quando Paulo escreve em romanos 12:1-2, sobre oferecer o nosso corpo como sacrifício vivo, e para transformar pela renovação da mente, o que ele nos leva e que precisamos entender é que temos que fazer morrer a natureza humana, pois é pecaminosa, e vive de forma contrária ao propósito e querer de Deus. Não é uma questão de obedecer lei, cumprir mandamento; mas sim, de revelar a natureza que nos foi concedida por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Quando lemos o restante da carta de romanos o que podemos ver é um padrão de vida que não é diferente do que foi ensinado por Jesus no sermão da montanha; mas exemplos e atitudes práticas que nós devemos revelar no mundo para manifestarmos a glória de Deus.

Não fomos chamados para vivermos uma opção. Não é uma questão de fazer ou não. Isto que precisamos entender. É uma questão de revelar ou não a natureza e a glória de Deus. É um questão de posicionamento de quem compreendemos que somos e do que somos. Viver mais ou menos o reino de Deus, é o “morno”, é o que “fica no muro”. Neste o Senhor não se agrada e não tem prazer.

Deus nos chama hoje para revermos o que temos feito e como temos feito. Se somos cidadãos do reino é para vivermos segundo o padrão e natureza estabelecido por Ele e não por como achamos que deve ser. Nossa ignorância quanto a sua vontade, não nos livra de nossa responsabilidade, porque temos a palavra escrita, temos os profetas do Senhor que falam da sua vontade.

Viver a vida de igreja, andar na vontade do Senhor, implica em escolhas segundo o coração de Deus, em morrer para nós, nossa vontade, para realizarmos o seu querer. Quando assim fazemos, então, revelamos a glória de Deus, e somos o sal desta terra e a luz deste mundo. Fazemos isso não por imposição, não por força; mas no revelar do que somos. Nas nossas simples decisões pelas atitudes de Deus, sendo seu imitador, a Sua graça e o amor se revelam por nosso intermédio a todos os homens.