Valores invertidos

A palavra de Deus mostra a riqueza não como um fim em si mesmo; mas como um meio. Não no que devemos depositar as nossa confiança; mas com instrumento para revelarmos a natureza de Deus que nos é concedida.

Não se trata de quanto temos; mas de como usamos o que temos recebido de Deus e como temos administrado. No livro de salmos podemos observar: “Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o Senhor o livra no dia do mal. O Senhor o protege, preserva-lhe a vida e o faz feliz na terra; não o entrega à discrição dos seus inimigos.” (Salmos 41:1-2, BEARA), e Paulo escrevendo a Timóteo, afirma o seguinte: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir;que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida. ” (1 Timóteo 6:17-19, BEARA).

Neste ponto podemos discutir o que é ser próspero? É uma questão de quanto ganhamos e temos? Ou é mais uma questão de como usamos o que temos recebido, como gastamos?

Se usamos mal, não sobrará quase nada para guardar para os dias maus. Se acumulamos e negligenciamos a necessidade do próximo; então, estamos sendo egoísta. Quando confiamos que o que temos será capaz de me sustentar nos dias maus, estamos sendo orgulhos e arrogantes, não confiando em Deus e nem nos seus ensinamentos.

Conseguimos compreender? Ajudamos o próximo, socorremos, não pelo quanto temos sobrando; mas sim, pela capacidade, discernimento que temos de distribuir, de repartir, de ter compaixão. Não damos o que sobra, mas sim, repartirmos o que temos; portanto, não se trata de ter muito ou pouco; mas de como usamos o que Deus tem dado.

Acumulamos, não para sermos ricos, não para colocarmos a confiança na riqueza; mas sim, como está em provérbios, sermos com as formigas. Devemos sempre guardar para os dias maus, sejam eles nosso ou dos outros, de forma que haja sempre a abundância de todos e não a falta.

Não podemos andar segundo o pensamento deste mundo e deixar que as nossas vidas sejam tomadas pelo consumismo que impera; mas devemos nortear por valores eternos, julgar se devemos e se precisamos no que pretendemos gastar; por que? Por um simples motivo, para que possamos guardar para os dias maus, para que possamos estabelecer metas para termos o que precisamos e é importante para o reino de Deus, e principalmente, para podermos ajudar quem precisar, na hora que precisar e no  momento que Deus nos pedir para ajudar.

Não colocarmos o nosso coração nas riquezas, não acumularmos tesouro neste mundo como Jesus falou: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. ” (Mateus 6:19-21). “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mateus 6:31-34).