A nossa atitude, a expressão que usamos para revelarmos o nosso alívio demonstram de fato o quanto não conhecemos a Deus, o quanto somos egoistas, o quanto somos voltados para nós mesmos. Achamos que por termos sido poupados somos mais merecedores que os outros que padeceram algum mal.
Usamos mal a expressão: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Tessalonicenses 5:18). E ela não traduz de fato como a usamos no nosso dia a dia.
Devemos dar graças por tudo que acontece em nossas vidas, mesmos as chamadas “desgraças” desta vida. Mas, entendendo bem, a nós, não aos outros. E não por termos sido poupados de algo mal que ocorreu no mundo, a nossa volta.
Quando nos sentimos aliviados, dignos da compaixão de Deus diante dos infortúnios que sobrevem aos outros, demonstram a nossa imaturidade e a nossa falta de conhecimento do amor de Deus e de sua compaixão por nós.
Nossa atitude não deveria ser de alívio; mas sim, de compaixão. Entendemos o que seja compaixão? Compreendemos o que seja compadecer? Se não, não estamos vivendo nada do evangelho, nada do que seja vida de Deus, nada que expressa a vida de Deus em nós. Temos sido, filhos mimados, egoístas que não conseguem enxergar além do próprio umbigo.
Podemos viver assim? Vivermos assim, demonstra que estamos fora do propósito de Deus. Diante das mazelas e sofrimento das pessoas. O que devemos fazer como filhos de Deus, como cidadãos do reino de Deus, como pessoas que nasceram de novo e receberam da vida de Deus?
Devemos, sim, diante do sofrimento alheio revelar as obras de justiça de Deus. Mas o que são estas obras? É praticarmos os atos de Justiça, mas o que é praticar os atos de justiça? É nos compadecer (participar do sofrimento alheio), é ajudarmos, é repartimos, é nos mover em ação social para suprir as necessidades. É sermos instrumentos de Deus para, diante de tal mal, revelarmos o amor, a misericórdia, a vida, a graça, a compaixão que fazem parte da vida de nosso Deus.
Sejamos instrumentos, aprendamos a sofrer com os outros os males que lhe sobrevêm, não sejamos egoístas, não pensemos nos nosso alívio, mas sim, no que podemos fazer para aliviar a dor e a perda alheia. Sejamos gratos quando algo acontece conosco, pois fomos dignos de participar do sofrimento de Cristo pelos homens, para revelarmos a vida de Deus em tudo que possa nos sobrevir.
Estamos neste mundo para revelar e para levar a vida de Deus a todos os homens, manifestando os seus atributos em tudo o que fizermos e em todos os relacionamentos que temos que manter para a glória e louvor no nome daquele que nos dá vida.