Está transcrito a seguir um pedaço da conversa com a mulher samaritana que diz: “Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4:10-14).

 O que precisamos entender é que esta água viva que Jesus prometeu a mulher e a todos que aceitassem era a própria vida de Deus. Ele, por meio de Jesus Cristo, oferece ao homem a condição para reconciliar, para ter vida, ter da Sua vida, vida eterna. Deus não tem outra coisa para nos oferecer que não seja a sua vida eterna.

Por que Deus nos oferece da vida? Por um simples motivo que precisamos entender. Estamos separados de Deus. Um dia o homem, decidiu viver como Deus, ser dono da própria vida e do próprio destino, desejou ser o senhor de si mesmo, conhecedor do bem e do mal. O propósito de Deus na criação era a dependência, aprender da sua vida, andar com Ele. O homem se revoltou e ao se revoltar, ele rejeitou tudo que lhe era oferecido. Quando houve esta decisão experimentamos a separação de Deus. Em nossa natureza passou a existir tudo que era contrário a natureza de Deus, ou seja, o orgulho, a cobiça, a inveja, a arrogância, o egoísmo, o individualismos. Passamos, cada um, a buscar os próprios interesses. Voltamos para nós mesmos, afastando-nos do princípio de vida que Deus deseja para nós.

Tendo nos revoltado contra o que Deus desejava, experimentamos a separação, a morte eterna do que seja desfrutar da vida de Deus. Estamos condenados a viver separados eternamente de Deus. Neste ponto que muitas vezes nos enganamos, achando que a condenação, a separação é algo que acontecerá um dia. Não, não é. Hoje, se não andamos segundo a natureza de Deus, tendo a vida de Deus, já estamos condenados a viver eternamente separados de Deus.

O que Deus nos oferece em Cristo Jesus? A sua vida. A vida eterna, o andar novamente com Ele, a reconciliação, e Ele faz isso, como expressão do seu amor por nós. Como não podíamos e não temos condições de atender os critérios de justiça de Deus para a reconciliação, Jesus, se oferece para cumprir esta justiça de Deus. Nele, temos a reconciliação e o perdão do nosso pecado e a possibilidade de reconciiação e andar com Ele.

Mas qual a condição para termos da vida de Deus? Jesus disse que para seguí-lo, para andar com ele, precisaríamos, negar a nós mesmos. Ou seja, somente negando a nossa vida, a nós mesmos que podemos experimentar desta vida de Deus. Por que esta exigência? Por que devemos negar a nós mesmos? Simples, quando negamos a nós mesmos, estamos de fato negando a nossa natureza humana, os nossos valores e o que mais presamos, que está relacionado a busca de nossos interesses (egoísmo), o não aceitar qualquer tipo de humilhação (orgulho), a nossa arrogância, a hipocrisia, a mentira, o engano e tantas outras condições que reconhecemos que não fazem parte da natureza de Deus. Negarmos a nós mesmos, estamos de fato, negando tudo que não procede de Deus. Quando rejeitamos, arrependidos, nos submetemos ao que Deus nos oferece, entregando as nossas vidas ao senhorio de Jesus, e reconhecendo nele a condição de salvador. Então, recebemos desta vida de Deus. Ele nos dá, por meio de Jesus Cristo a reconciliação, a possibilidade de andar junto com Ele.

Andar com Deus, ter da vida de Deus, implica em viver segundo a Sua natureza, andando segundo os seus valores. Deus não exige de nós mais do que exige de si mesmo. Na realidade ele deseja que experimentemos o que ele tem e que é o melhor para nós. Mas para termos isso, precisamos morrer para nós mesmos.

Temos resistido ao que Deus nos oferece por um simples motivo: achamos que iremos perder muito; mas estamos tão cegos que não compreendemos que a decisão de resistir, já implica em perdemos o melhor que podemos usufruir, não só no futuro, mas hoje, neste momento, agora, que é a vida de Deus, a vida eterna que nos é concedida por meio de Jesus Cristo. Resistimos a Deus por achar que vamos perder, e por estarmos cegos para o amor, a misericórdia e a graça que nos é oferecida.

Não compreendemos que aceitando e nos submetendo a vontade de Deus estaremos de fato, usufruindo o melhor, a verdadeira liberdade que Deus deseja que nós experimentemos e que não sejamos escravos de nossas mazelas, nossos enganos, e frustrações.

Resistir a vida de Deus, implica em perdemos o melhor que a vida eterna nos concede para andarmos neste mundo, não só compartilhando a vida com Deus, mas compartilhando com os outros o que Deus oferece aos homens, a sua vida eterna.