Nossa reação a um ação recebida

Somos ensinados desde crianças a lei do “olho por olho”. Aprendemos de nossos pais, ensinamos a nossos filhos, mas este é o ensinamento que devemos transmitir? Precisamos romper com este círculo vicioso, contrário a natureza de Deus e ao ensinamento de Jesus. Precisamos implantar, sim, um circulo virtuoso que começa em nossas vidas e necessitamos reconhecer o nosso ensinamento incorreto e mudarmos a nossa atitude.

O nosso entendimento é que não devemos levar desaforo para casa, que a uma ofensa, devemos responder com outra maior, que a uma agressão devolver outra. Devemos vingar, devemos reagir com a mesma força ou até mesmo com uma força maior.

Mas por que fazemos isso? Por uma simples questão de entendimento do conceito de ser forte ou fraco. Para o conceito natural, humano, ser forte é quando reagimos na mesma moeda, quando revidamos com a e mesma força.

Mas, qual o verdadeiro significado de ser forte? Qual foi o ensinamento de Jesus? Qual o segundo mandamento mais importante?

Jesus disse que o primeiro mandamento era amar a Deus sobre todas as coisas, e que o segundo mandamento era amar ao próximo como a nós mesmos. Nestes dois resumia toda a lei; pois nestes dois, estariam contidos toda a natureza de Deus. Outra coisa que devemos observar no ensinamento de Jesus, foi a oração que ensinou aos seus discípulos “o Pai nosso”. Quando a recitamos, nela falamos: “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. O que podemos entender destes ensinamentos? Os mesmos são o oposto da lei do “olho por olho”. Jesus ensinou ao contrário do que era ensinado e do que deveria fazer, ou mesmo do que fazemos.

Mas o que significa se forte ou ser fraco no conceito do reino de Deus, segundo a natureza de Deus?  Vemos isso em Jesus, em todo o seu tempo aqui na terra, e no próprio processo de crucificação. Como ele reagiu aos seus agressores? Ele revidou? Não! Isto que precisamos aprender. Foi Jesus fraco? Não, foi extremamente forte, pois é muito fácil reagirmos na mesma moeda a uma agressão. Foi tão forte, que embora o seus ensinamentos tenham ocorrido durante meros três anos, perduram até hoje. Por isso, somos fortes, quando somos capazes de absorver um impacto (uma ação recebida, ou seja, uma ofensa, uma rejeição, uma grosseria, um ato de ódio, e tantos outros que conhecemos e experimentamos no nosso dia a dia) e revidarmos na mesma moeda que Jesus revidou. Isto sim, é ser forte, agir na mesma moeda dos nossos agressores, somente demonstramos o quanto somos fracos, o quanto somos iguais, e não fazemos nada para mudar a realidade das pessoas, e do mundo, cumprindo o propósito de Deus neste mundo.

Precisamos compreender que não importa o que as pessoas são, o que façam; mas sim, o como reagimos as ações que recebemos. Quando ofendidos, ofendemos? Ou absorvermos? Quando magoados, magoamos? Ou somos capazes de responder com amor e paciência? Quando nos roubam, exigimos os nossos direitos, ou deixamos isso, nas mãos de nosso Deus? Queremos nos vingar, ou deixamos que toda ação fique a cargo da sabedoria divina e da manifestação da sua misericórdia e graça? O que temos sido? Fortes ou fracos? Como reagimos ao nosso cônjuge? Somos capazes de compreendê-lo ou não? E com as pessoas que chamamos de irmãos? E aos colegas de trabalho?

Por isso, precisamos entender que não importa a ação das pessoas, mas sim, a nossa capacidade de reagir na moeda que Deus deseja que façamos, e na nossa capacidade de compreender a cada um, suas limitações e necessidades. Seremos fortes, quando reagirmos revelando a graça, a misericórdia e o amor de Deus, e não como o mundo pensa que devemos fazer.

Revelar o amor, a graça, a misericórdia de Deus não é para pessoas fracas, mas para pessoas fortes que têm conhecido e experimentado do Deus vivo.

Que o Senhor nos conceda entendimento no realizar do seu propósito e no reagir como lhe agrada.