Cegos para a realidade

Quando ia chegando, vendo a cidade, choroue dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos.Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco;e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.” (Lucas 19:41-44).

A cegueira física é crítica, mas quando a temos, podemos aprender a conviver com esta limitação; mas independente de sermos ou não cegos quanto ao aspecto físico; precisamos compreender qual o nível de cegueira espiritual e psicológica que temos. Não admitir a cegueira é o maior impecilho para experimentarmos o melhor que Deus tem para nós homens. Pois quando não admitimos, não somos capazes de nos instigar, de investigar, de buscar o conhecimento e a compreensão.

No aspecto espíritual, Deus nos conduz, revela, nos mostra pelo espírito. Fala do seu amor, da sua compaixão, da sua misericórdia, assim como Jesus, chorou diante de Jerusalem, e lhe falou do que lhe era devido a todo aquele povo que não compreendia a sua mensagem, porque lhes estava oculta.

O que nos liberta? O que nos trás a cura que é devida a cada um de nós? Cura e libertação que foi proposto por Jesus em sua obra para nos resgatar, nos livrar do pecado e nos fazer filhos de Deus.

Pela palavra conhecemos a libertação e a cura que ocorre no âmbito espiritual, nossa reconciliação com Deus, a restauração da comunhão, é algo que recebemos por fé, pelo manifestar da palavra de Deus, e pelo revelar de sua vontade. Em sua promessa de libertação e vida, está a promessa de um  novo coração, de nos fazer novas criaturas, de nos capacitar para viver segundo a sua vontade, de nos conceder tudo que precisamos para andar segundo o seu coração, conforme a segunda carta de pedro (2 Pedro 1:3-11). Mas tendo o conhecimento da libertação, da cura, da capacitação concedida, o que nos impede de viver plenamente a vontade de Deus, compreendendo, honrando e glorificando a Deus.

Estamos cegos, não acreditamos na palavra, no que estamos e de fato presos e impedidos de enxegar e viver plenamente?

Uma das coisas que mais nos impede de viver plenamente toda a promessa de Deus é a nossa incapacidade, preguiça ou falta de vontade de nos questionar, de nos colocar a prova, de testar o nosso limite. Está, também, na nossa falta de perserverança, de zelo e compreensão. Precisamos rever os nosso valores, precisamos jogar no lixo todo entendimento e tudo que fizemos até agora se quisermos experimentar o melhor de Deus para as nossas vidas.

Enquanto ficarmos presos as nossas mazelas não poderemos ter o melhor. Estaremos cegos para tudo aquilo que Deus nos oferece. Quando Paulo escreve sobre fazer morrer a natureza humana, é sobre isto que ele está falando. Enquanto acharmos que o nosso orgulho é importante, ou mesmo o nosso egoísmo, arrogância, prepotência, falta de qualquer atitude de dependência integral de Deus, incapacidade de tentarmos compreender o ponto de vista e opinião dos outros (por causa do nosso orgulho e egoísmo), a nossa falta de perdão, o nos sentirmos magoados, e isto porque temos o nosso orgulho ferido e ofendido, porque nos achamos importante; então não exergaremos o que Deus deseja nos ensinar.

Viver o reino de Deus, andar segundo o coração do Pai, gozar do melhor que ele tem para nós, implica em destruir tudo que construimos até hoje, jogarmos tudo no chão, e levantarmos tudo novo, sobre o fundamento correto que é Cristo e não sobre os valores e conceitos do mundo. Enquanto buscarmos a consciliação entre o reino de Deus e o reino deste mundo, os valores humanos, não precisamos ter qualquer dúvida que nunca experimentaremos o melhor que Deus tem para nós e já nos foi concedido em Cristo Jesus; só continuamos cegos e impedidos de ver tudo que está a nossa disposição para revelar a natureza e a vida de Deus aos homens.

Tendo consciência que foram rompidas as cadeias, devemos nos desvencilhar, jogar fora, para viver Deus.