Testemunho – revelação do amor de Deus

As palavras de Jesus a seguir falam de uma expressão de amor profunda por ele. Ele foi convidado por um fariseu para comer em sua casa, e nesta mesma casa, chega uma mulher “pecadora”, que quebra um alabrastro de bálsamo e beija os pés de jesus, como enxuga-os com os seus cabelos. São duas atitudes opostas, que revelam o  amor que tinha por Jesus: “Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta.Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés.Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés.Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” (Lucas 7:41-47)

Vamos compreender uma coisa sobre os costumes nesta época. Era comum a todo o visitante, ter os seus pés lavados, seria recebido com um ósculo, e se fosse alguém digno, também a sua cabeça seria ungida.

O fariseu que o recebeu em sua casa não fez nada disso, por que não fez? Porque Jesus não significava nada ou quase nada para ele. Simplesmente alguém que despertava curiosidade e em quem gostaria de encontrar falhas, mas não era Jesus alguém que este fariseu respeitasse, por isso não fez o que era digno a um visitante de honra.

E a mulher, o que ela fez? Tudo que o fariseu não fez e muito mais. Lavar os pés era com água, ela o estava fazendo com as suas lágrimas. Enxugar era com um pano, ela o fazia com seu cabelo, tratado como véu nesta época e era uma honra para a mulher. Já os ósculos era para a face, ela beijava os pés de Jesus, e o bálsamo (não era usado, usava-se óleo que era comum) deveria ser para cabeça, ela ungia os pés.

Um detalhe a mais, um vidro de bálsamo correspondia aproximadamente a 300 denários. Um denário representava a jornada de trabalho de um dia para um trabalhador médio. Isto quer dizer que somente o bálsamo representava quase um ano de trabalho.

Por que esta mulher fez isso? Por que ela colocou o melhor do que tinha para expressar este cuidado, zelo pelo Senhor? O que ela tinha de diferente do fariseu que havia convidado Jesus a sua casa?

Uma só coisa: a consciência do perdão do pecado recebido. A ela, uma prostituta, não lhe cabia outra coisa que não a condenação, ou seja, a lei a condenava, a sociedade a condenava, não lhe tinha alternativa a não ser a morte. O fariseu diferente não tinha consciência do seu pecado, da sua morte e nem considerava que o seu pecado era “tão grande” assim perante Deus, pois ela cumpria boa parte da lei..

Estas duas atitudes revelam o caráter de um que reconhece o seu estado de pecador, e o outro de sua religiosidade. Precisamos compreender que a nossa expressão de amor para com Deus, para com o nosso Senhor Jesus, somente se revela a medida que compreendemos o perdão recebido. Se não tivermos consciência do perdão recebido, não amaremos; pois sempre nos acharemos bons suficientes para sermos dignos de fazer alguma coisa a mais por aquele a quem chamamos de Senhor.

Enquanto não reconhecemos que o nosso estado não é diferente da mulher, que estávamos mortos em nossos delitos e pecados, separados de Deus, condenados a morte eternamente (separação eterna do criador), então não expressaremos nunca o nosso amor por Deus na intensidade, respeito e honra que ele merece.

Sempre acharemos que o que fazemos é suficiente, que o que fazemos pelo reino é mais do que podemos ou deveríamos fazer. Nunca, nunca amaremos a Deus sobre todas as coisas, nunca nos moveremos em favor do reino como digno é o cordeiro que façamos.  Precisamos transformar a maneira de pensar para experimentarmos o verdadeiro amor e zelo pelas coisas do Senhor e o nosso testemunho expresse o amor.