Precisamos compreender o significado da ceia, a motivação que temos que ter ao tomá-la e porque devemos celebrá-la. Se não compreendemos o seu signficado, o que implica o ato de participar da ceia, estamos fazendo sem conhecimento e sem entendimento. Se a nossa motivação para participar da mesma não é a adequada ao propósito estabelecido pelo Senhor não realizaremos a sua vontade.

Ao analisarmos a motivação da ceia, devemos considerar a primeria carta de Paulo ao Coríntios na sua totalidade e não em partes, mas no momento que ele vai falar da ceia, ele reforça este ponto, que diz: “Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio.” (1 Coríntios 11:18). “Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.” (1 Coríntios 11:27). “pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.” (1 Coríntios 11:29).

Primeiro: podemos deixar de tomar a ceia por sermos pecadores? Não, não podemos deixar de tomar a ceia por pecarmos; pois somos pecadores. Não devemos permanecer no pecado. Devemos abandonar o pecado que entendemos não ser da vontade de Deus. Não adianta confessarmos o nosso pecado, tomarmos a ceia, e depois, voltarmos a  pecar (viver como antes). Isto pode aliviar a nossa consciência. Isto é fazer sem discernimento, sem entendimento da obra de Deus realizada em nossas vidas.

Segundo: Na ceia, celebramos a morte do Senhor, sim, esta é uma motivação para tomarmos; para lembrarmos que somos pecadores, e que experimentamos da graça e da misericórdia do Senhor, todos os dias; pois é o seu sangue que nos purifica do pecado. E é este sangue que nos permite estar na presença do Pai. Precisamos entender que é pelo sangue, nada mais, que somos apresentados santos, inculpáveis e irrepreensíveis diante de Deus. Não existe merecimento, não existe boas obras, não existe nada que possamos fazer que não seja pelo sangue de Jesus.

Terceiro: Comemos o pão, mas o que significa o pão? O corpo de Cristo. Sim, o corpo. Mas porque não comemos o pão sozinhos, temos que repartir uns com os outros, cada um come um pedaço? Neste está o fato principal do que Paulo escreveu em sua carta. O pão, que é a representação do corpo do Senhor, significa para nós que fazemos parte de um mesmo corpo, indissolúvel, inseparável. Não somos sozinhos, não estamos sozinho, não é “eu” e “Deus”. O nosso erro está em comer do pão sem discernir o corpo. Não estamos aqui discutindo ter entendimento, teoria; mas o viver o corpo na prática, no dia a dia, nas dificuldades e problemas que enfrentamos em nossos relacionamentos.

Fomos chamados para vivermos de uma maneira, para andarmos de forma digna da vocação a que fomos chamados, como Paulo escreveu: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” (Efésios 4:1-6)

Quando tomamos a ceia sem discernir, sem compreender, sem ter o entendimento do corpo, nós estamos fazendo indignamente. Ou seja, a motivação, a razão pela qual tomamos a ceia, não está completa, ou não foi compreendida na sua totalidade.

Dividimos o pão para nos lembrar, que somos parte um do outro, que não somos sozinho. Não temos a  opção de sermos sozinhos, não estamos e não podemos andar sozinhos. Se, para evitar os desgastes de relacionamento propomos  viver sozinhos, então estamos longe do propósito e do querer de Deus. Ou quando não somos capazes de suportar uns aos outros, não abrimos mão de nossos pensamentos e vontades, então não discernimos o corpo, não compreendemos a verdadeir motivação da ceia. Na ceia devemos sempre nos lembrar que a nossa salvação é pela graça, e pelo sangue de Cristo e no comer do pão que fazemos parte uns dos outros. Fomos chamados a unidade, parar revelar e honrar Cristo no mundo.