Sacrifício: Oferta ou desperdício?

Esta meditação e resultante da palavra ministrada e que gostaria de discutir um pouco sobre este ponto que nos afeta todos os dias e em todos os momentos de nossas vidas. Como encaramos os sacrifícios? Qual a nossa atitude? O que seria considerado uma oferta e o que seria desperdício? Qual a nossa motivação?

Qualquer coisa que nos dispusermos a fazer envolverá um sacrifício. Por sacrifício devemos compreender como: algo que é oferecido em favor de outrem, ou o mesmo que abrir mão de algo em favor de outra coisa. Assim fazemos seja em caráter pessoal, para atendimento de nossos interesses ou para o atendimento de algo maior que acreditamos. Podemos nos sacrificar em favor de um crescimento profissional, por melhores notas em um curso, por uma melhor colocação. Tudo isto implicará em focar em algo em detrimento de outro. Se nos esforçamos para obter uma promoção e trabalhamos para aquilo, ou por melhores notas (uma melhor classificação), implica que temos que abrir mão de outra coisa, que pode ser passeio, diversão, família, vida espiritual, etc. Na vida espiritual, também, envolve sacrifício. Podemos abrir mão de nossos prazeres, de atender as nossas necessidades ou de nossa família em favor de algo maior que acreditamos e temos a consciência ser o melhor para o reino de Deus.

Paulo escreve aos romanos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1). E também, ele escreveu: “nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.” (Romanos 6:13).

Quando lemos a espístola aos romanos nos fica claro que devemos abrir mão de nossos prazeres, do atendimento de nosso desejo pelas coisas temporárias, criadas, em favor do que é eterno. Devemos em todos os nossos relacionamentos, em nossas atividades, abrir mão do atendimento do desejo humano, para a busca do atendimento dos valores espirituais que tem origem em Deus. Fazer isto implica em abdicar de coisas materialmente boas em favor de algo duradouro, que é o crescimento, amadurecimento de pessoas, ou expansão do reino de Deus.

Mas como fazemos este sacrifício? Qual a motivação para realizá-lo? Quando nos movemos com base na compreensão da vontade de Deus. No desejo de agradar aquele que nos chama de forma tão graciosa, revelando o seu amor, sua bondade, e fazemos isso tendo o nosso desejo focado em atender a Deus; então não importam os resultados, importa o ato realizado. Fazemos para atender aquele a quem declaramos o nosso amor e honra. Agora quando fazemos esperando o resultado, esperando recompensa, para nós mesmos, então, o que estamos fazendo é um sacrifício que somente será benéfico se alcançarmos o que desejamos, caso contrário terá sido um desperdício. Se fizermos algo para sermos promovidos, reconhecidos pelas pessoas, então perdemos o nosso tempo, se não alcançarmos; será um desperdício.

Compreendemos isso? Nossa motivação determinam se o que estamos fazendo é uma oferta ou um desperdício. É uma oferta quando é feito para Deus e não para nós. E quando é para nós, pode se tornar um desperdício se não alcançamos o que buscamos com o sacrifício realizado.

Agora, pode uma oferta se tornar um desperdício? Sim, quando ao recebermos a oferta realizada por outras pessoas como forma de sacrifício e tornamos esta inútil para os valores do reino. Mas como? Quando as pessoas oferecem o seu tempo, o seu recurso, e nós, administramos mal, usamos mal o que é oferecido. Quando, ao invés de usar a oferta de forma sábia para o crescimento do reino, para expansão dos valores eternos, gastamos este tempo e recurso em coisas criadas e temporárias, não no eterno.