Dia de mudança

“O Senhor Deus diz: “Grite com toda a força, sem parar! Grite alto, como se você fosse trombeta! Anuncie ao meu povo, os descendentes de Jacó, os seus pecados e as suas maldades. De fato, eles me adoram todos os dias e dizem que querem saber qual é a minha vontade, como se fossem um povo que faz o que é direito e que não desobedece às minhas leis. Pedem que eu lhes dê leis justas e estão sempre prontos para me adorar.” O povo pergunta a Deus: “Que adianta jejuar, se tu nem notas? Por que passar fome, se não te importas com isso?” O Senhor responde: “A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios e exploram os seus empregados. Vocês passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações? O que é que eu quero que vocês façam nos dias de jejum? Será que desejo que passem fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas? É isso o que vocês chamam de jejum? Acham que um dia de jejum assim me agrada? “Não! Não é esse o jejum que eu quero. Eu quero que soltem aqueles que foram presos injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão. O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que dêem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes. “Então a luz da minha salvação brilhará como o sol, e logo vocês todos ficarão curados. O seu Salvador os guiará, e a presença do Senhor Deus os protegerá por todos os lados. Quando vocês gritarem pedindo socorro, eu os atenderei; pedirão a minha ajuda, e eu direi: ‘Estou aqui!’ “Se acabarem com todo tipo de exploração, com todas as ameaças e xingamentos; se derem de comer aos famintos e socorrerem os necessitados, a luz da minha salvação brilhará, e a escuridão em que vocês vivem ficará igual à luz do meio-dia. Eu, o Senhor, sempre os guiarei; até mesmo no deserto, eu lhes darei de comer e farei com que fiquem sãos e fortes. Vocês serão como um jardim bem regado, como uma fonte de onde não pára de correr água. Em cima dos alicerces antigos, vocês reconstruirão cidades que tinham sido arrasadas. Vocês serão conhecidos como o povo que levantou muralhas de novo, que construiu novamente casas que tinham caído.” O Senhor Deus diz: “Obedeçam às leis a respeito do sábado; não cuidem dos seus próprios negócios no dia que para mim é sagrado. Considerem o sábado como um dia de festa, o dia santo do Senhor, que deve ser respeitado. Guardem o sábado, descansando em vez de trabalhar; não cuidem dos seus negócios, nem fiquem conversando à toa. Se me obedecerem, eu serei uma fonte de alegria para vocês e farei com que vençam todas as dificuldades; e vocês serão felizes na terra que eu dei ao seu antepassado Jacó. Eu, o Senhor, falei.”” (Isaías 58, NTLH).

Esta palavra de Isaías ao povo de Israel é tão válida a nós, em nossos dias, como se aplicava ao povo de Israel. Ao povo judeu tinha implicação neste mundo material; mas a mesma palavra se aplica ao mundo espiritiual, as verdades que vivemos do reino de Deus e do seu querer para o seu povo nestes dias de graça e revelação da sua vontade.

Precisamos abandondar a visão religiosa e do desejo de colher frutos deste mundo, e compreender a realidade espiritual, a verdadeira vida na qual estamos inseridos e que agora fazemos parte. Fomos feitos novas criaturas, fomos feitos homens espirituais, criados em Cristo Jesus, nascemos de novo, não para a carne, mas para o espírito, fomos reconciliados com Deus para viver a realidade de Deus, a vida de Deus neste mundo.

Precisamos mudar as nossas atitudes, a nossa forma de pensar, precisamos fazer isso, e precisamos fazer hoje, para que a vontade de Deus, o seu querer se cumpra. Precisamos viver como filhos, e em nossas ações,  apressar a vinda do Senhor, cumprindo o nosso papel neste mundo como filhos de Deus e cidadãos do reino. A realidade do reino de Deus é muito diferente da deste mundo, no qual estamos inseridos e no qual tínhamos as nossas vidas guiadas. Fomos libertos, fomos sarados, curados, para agora viver a nova realidade, a realidade espiritual, para andarmos segundo a vida de Deus, a vida eterna do criador, que nos foi concedida.

Por isso precisamos, não só lembrar, mas meditar, dia a dia, nas nossas motivações, na razão e nos porquês fazemos isso ou aquilo e qual deve ser a nossa atitude correta perante o Criador e perante as pessoas; para a glória do Deus e Pai, e do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

Primeiro: não podemos nos esconder e nem nos calar diante do pecado, devemos como Jesus fez, revelar a justiça de Deus, falar da sua justiça e clamar ao povo que se arrependa e se converta dos seus caminho. Assim como nós, não podemos nos deixar enganar pelo pecado e nem pelo caminho mais fácil. Devemos, dia a dia, nos exortarmos e admoestarmos uns aos outros para que mantenhamos uma vida saudável e agradável diante do Pai, longe do pecado e vivendo as verdades e a justiça do seu reino. Nós como povo de Deus devemos andar em santidade, buscar de todo o coração, com toda a dedicação, esmurrando o nosso corpo, reduzindo a escravidão, em direção a santificação, para não sermos escravos do pecado; e revelarmos através de nossas vidas a glória de nosso Deus.

Segundo: precisamos abandonar toda religiosidade, tudo que seja prática externa e aparência externa. Não podemos ser hipócritas, não podemos viver sofismas, não podemos nos submeter a homens e nem a aparência de coisas santas; devemos sim, buscar a transformação e um viver que flui de dentro de nós, de uma vida que anda diante do trono da graça, em comunhão com Deus, uma vida em sinceridade, sem falsidade, e sem qualquer aparência. Não devemos ir a cultos, praticar ações de caridades para que vejam, para manter a aparência; mas sim, vivermos uma vida em sinceridade buscando conhecer o Senhor, em santificação, para revelação da glória e da graça do Senhor. Não fazermos nada na aparência para outros verem. Devemos julgar as motivações, os porquê estamos fazendo isso ou aquilo. Tudo que é feito, seja o que for, com a ideia de agradar alguém, ou de exaltar a nós mesmos, ou por motivos egoístas, não tem prazer diante de Deus. Tudo que é feito, simplesmente para aliviar a nossa consciência e acharmos que estamos cumprindo a vontade de Deus, não flui como um bom perfume diante da sua face.

Terceiro: obediência, este é o verdadeiro jejum. Obedecer as palavras do Senhor Jesus, viver como ele falou, andar como ele prescreveu. Isto é tudo que o Pai deseja de nós. Sermos semelhantes ao seu Filho. Quando assim fazemos, então o que na realidade estamos demonstrando é o nosso amor, o verdadeiro amor que temos pelo Senhor, pelo seu reino e pela manifestação e cumprir da vontade do Pai. Quem permanece, quem está no Senhor, tem da sua vida, recebe da verdadeira seiva. Quem abandona o pecado, rejeita todo o tipo de injustiça, e busca a vida de Deus para que ela flua, então irá cumprir, irá viver segundo as palavras do Senhor, e por viver desta forma estaremos revelando o nosso verdadeiro amor ao Senhor, a sua palavra e ao próximo como ele pediu.

Quarto: Precisamos entender que a verdadeira expressão do amor a Deus, e do revelar que andamos com Deus, está no fato de revelarmos o nosso amor ao próximo. E este próximo pode ser o nosso irmão de fé, a qualquer incréduto, a qualquer parente, amigo, colega de trabalho, patrão, chefe, subordinado, pessoas com quem cruzamos na rua.  Não existe restrição, qualquer um. Como devemos agir? Devemos, como o Senhor Jesus agiu, revelar a graça, o amor, a bondade e a vida de Deus a todos, independente do que fazem, do que digam e do comportamento que tem para conosco. Devemos revelar perdão a todos sem restrição. Se assim fizermos, então estamos revelando o verdadeiro Deus. Se agimos diferente estamos revelando o velho o homem, e não estamos cumprindo o nosso papel. Como Jesus agiu com a prostituta? Como agiu para com aquele que estava sendo crucificado com ele na cruz? Com aqueles que o estavam crucificando? Pediu ao Pai que os condenasse e que os jogasse no fogo do inferno? Não, pediu que os perdoassem; pois não sabiam o que faziam. E Estevão, o que fez quando estava sendo apedrejado? Não pediu que concedesse perdão? Quem estava ali, realizando aquela condenação? Não era Paulo? Será que Paulo teria se convertido se Estevão tivesse uma atitude diferente? Por isso precisamos revelar sempre o amor de Deus a todas as pessoas, não em palavras, mas em atitudes, e principalmente, devemos além de ajudar material, ajudar espiritualmente, devemos conceder a todos o perdão e revelarmos o verdadeiro amor que procede do trono de Deus.

Quinto: Além destes aspectos, o fundamental, é que entremos no descanso de Deus, que vivamos a realidade do reino hoje, aqui agora, no descanso do Senhor. O que é vivermos o sábado do Senhor? O que é entrar no descanso de nosso Deus, e vivermos o sábado de nosso Deus? É entendermos que antes de mais nada, é vivermos em inteira dependência, andando em justiça, praticando a obra; mas não na nossa força ou baseado em nosso conhecimento; mas na inteira dependência do Espirito que nos guia na vontade do Pai; para a glória do Seu nome. Entramos no reino, somos cidadãos do reino, vivemos neste mundo, mas não somos do mundo. Estamos neste mundo para revelar o reino, no descanso no Senhor. Quando assim vivemos, por mais difícil, por mais problemas que possamos ter, mesmo que aparentemente estejamos no vale da sombra da morte, ou no deserto árido, o Senhor está conosco. Ele é quem provê a vida, quem dá o descanso, quem concede a vitória, ele é quem provê todas as coisas. Nós, trabalhamos e realizamos as coisas que ele determina que façamos. Não vivemos neste mundo para buscar os nosso interesses, defender o nosso ponto de vista, fazer a nossa vontade, cuidar do que é nosso; mas sim, única e exclusivamente, para cuidar do interesse de nosso Deus e das coisas do seu reino. Fazer a vontade do Pai, esta deve ser a motivação de nossas vidas. Tudo que fizermos, devemos fazer para o Senhor e para a glória do seu nome, sem pensarmos em receber ou obter qualquer coisa para nós mesmos.

Sexto: tendo este conhecimento e compreendendo este aspecto, devemos como Paulo, escreveu, transformar as nossas mentes, arrependermos de nosso pecado e vida egoísta, mudarmos a forma de pensar, alterar o nosso comportamento; pois fomos capacitados, recebemos de Deus, como Pedro afirmou, toda a capacitação para vivermos da forma que agrada a Deus. Quando mudamos, quanto transformamos, pela capacitação de Deus, então experimentaremos a sua boa, perfeita e agradável vontade. Ponhamos, hoje, definitivamente, o propósito, independente da situação e da aparência das coisas, o firme propósito, como Josué fez perante o povo de Deus, de afirmar, que ele e a sua casa serviríam ao Senhor, ou mesmo como disse o profeta Habacuque, “Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador. O Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro. ” (Habacuque 3:17-19, NTLH). Hoje é o dia da aliança, o primeiro dia de muitos dias, servindo e andando para a glória do nosso Deus e Pai. Assumamos este compromisso, busquemos ao Senhor de todo o nosso coração, busquemos todo o entendimento do altíssimo, toda a sabedoria que procede do seu trono para serví-lo, honrá-lo e glórificá-lo com as nossas vidas. Assim, somente assim, experimentaremos do melhor que Deus tem para nós. Hoje é o dia!