Pedro questionando a Jesus sobre o quando se deveria perdoar, faz uma proposição acima do que determina a lei; mas Jesus para mostrar a importância do perdão, tando no ofendido como na vida do ofensor derruba qualquer perspectiva e limitação humana: “Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. ” (Mateus 18:21-22).
Nós, com o pensamento distorcido, sem compreensão do reino de Deus, do seu amor e graça, achamos que a atitude que tomamos quanto ao perdão, pode ser mais efetiva do que Deus tomou ou que o nosso Senhor recomenda que façamos que é perdoar sempre; pois o perdão envolve amor ao próximo, assim, como Ele nos amou e nos perdou.
Ele no seu amor por nós, proveu o meio para que pudéssemos cumprir a sua justiça, dando o Seu filho como cordeiro para a remissão do pecado do homem, como fala no evangelho de João: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).
Nós achamos que atitudes que tomamos, achando que iremos dar uma lição em quem nos ofendeu, como: “Ele precisa aprender”; “Vou deixá-la na geladeira por um tempo”; “Não quero incentivar um comportamento irresponsável.”; “Ela precisa aprender que ações tem consequências.”; “Eu fui a parte ofendida – não cabe a mim dar o primeiro passo.”; “Como perdoar, se ele nem está arrependido?” Não são estas nossas atitudes e muitas outras que pensamos. Levantamos, estabelecemos argumentos somente para não perdoar; mas é isto bom para nós, para o reino e para transformar o outro?
Por que não perdoamos? Qual a importância do perdão para nós e para a vida que nos ofendeu? Não perdoamos por causa do nosso orgulho, porque fomos ofendidos, porque fomos destratados, porque não nos respeitaram como pessoa. Não são estes e tantos outros que temos para não trazer o perdão?
Para compreendermos o perdão e sua força para transformar vidas, tanto a nossa como das pessoas que nos ofenderam, precisamos primeiramente olhar a atitude de nosso Deus com relação a nós. Ao compreendermos a atitude de perdão concedida por Ele, e nos vermos como os ofensores, como não dignos do perdão Divino; então somos capazes de nos submeter, agradecidos ao perdão recebido e mudamos de atitude com relação a Sua vontade, demonstrando arrependimento. Todas as pessoas se arrependem? Não. Somente aqueles que se veem como transgressores. Quem muda de atitude? Somente os que enxergam e compreendem o perdão e a graça recebida sem qualquer merecimento.
Quanto a Deus, nós somos a parte que ofendeu, nós nos rebelamos, o único julgamento merecido era a punição, a destruição, a separação eterna do Criador. Mas o que Ele faz? Não só concede o perdão, com provê o meio. E fez isso quando ainda éramos pecadores e sem compreensão do perdão recebido. Quando o perdão teve efeito na nossa vida? Quando o reconhecemos, quando o recebemos, embora Deus já o houvesse provido, entendemos?
E para com as pessoas? Por que devemos perdoar? Por um simples fato: quando perdoamos nós liberamos, liberamos as nossas vidas para cumprir e viver segundo o coração de Deus. Nós deixamos de dormir, de nos consumir por causa daquele que nos ofendeu. Nós, quando compreendemos o perdão recebido de Deus, podemos e temos condição de enxergar que não existe ofensa nem grande e nem pequena que não podemos perdoar. Assim como Deus nos perdoou, devemos perdoar as pessoas. Irão receber o perdão? Não sabemos, mas quando compreenderem, receberem; então verão o amor de Deus revelado e manifesto através de nossas vidas.
Perdoamos por causa de nosso Deus, por causa do seu nome, porque é do nosso propósito de vida revelar a Deus em todo o nosso procedimento. Não concedemos perdão porque as pessoas merecem; mas por causa do nosso amor para com o nosso Deus e por causa da graça e do perdão recebido. Perdoamos porque fomos perdoados, perdoamos, porque Ele revelou o seu amor por nós e deseja que nossas vidas sejam expressão do seu amor e da sua graça para alcançar vidas.
Assim como não existe da nossa parte ofensa pequena ou grande que possa acrescentar o diminuir a graça de Deus para conosco, não existe ofensa grande ou pequena que possa nos impedir de conceder o perdão ao outro; porque somente quando concedemos perdão é que podemos liberar as pessoas e a nós mesmos para experimentarmos verdadeiramente da graça recebida.
Precisamos aprender a perdoar; pois o perdão cura e transforma a nós e aos outros que nos ofenderam; por isso, na oração do “Pai nosso”, nós proclamamos ao Pai que nos perdoe como perdoamos os nossos ofensores.
Queremos vidas transformadas, queremos ver vida conhecendo o amor de Deus e a sua graça; devemos nós, como instrumentos de Deus, liberar e perdoar as pessoas pelas ofensas que recebemos.
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