Quantas e quantas vezes adotamos a mesma perspectiva dos amigos de Jó, ou mesmo do próprio Jó? Quantas vezes damos conselhos de vento? Quantas vezes falamos do que não entendemos e não compreendemos o que se passa. Jó respondendo a seus amigos fala o seguinte: “Eis que tudo isso viram os meus olhos, e os meus ouvidos o ouviram e entenderam. Como vós o sabeis, também eu o sei; não vos sou inferior. Mas falarei ao Todo-Poderoso e quero defender-me perante Deus. Vós, porém, besuntais a verdade com mentiras e vós todos sois médicos que não valem nada. Tomara vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria!” (Jó 13:1-5, BEARA). “As vossas máximas são como provérbios de cinza, os vossos baluartes, baluartes de barro. ” (Jó 13:12, BEARA).
O grande ponto que temos que repensar é com relação ao quanto fazemos a mesmas coisas que os amigos de Jó estavam fazendo e o quanto nós mesmos fazemos quando enfrentamos dificuldades e problemas em nossas vidas e não entendemos o propósito de tudo o que passamos.
Por que achamos que tudo que passamos, as lutas, as provações são punições de Deus para nós? Por que procuramos em nossas lutas achar motivo de pecado e acharmos que Deus está nos punindo?
Quanto assim pensamos, com Jó, não entendemos o contexto que estamos inseridos, não entendemos o mundo espiritual e não compreendemos o propósito de Deus para que amadureçamos e sejamos semelhantes ao seu filho em tudo o que fizermos.
Deus deseja nos punir pelas nossas falhas e erros? Não, este nunca foi o seu plano. O seu desejo é para que reconcideremos, para que arrependamos de nosso ato de rebeldia, e voltemos de todo o coração para o seu plano que tem para as nossas vidas. Se fosse para punir, ele já nos teria destruído quando nos rebelamos. O seu plano é a reconciliação, é a salvação, é para vivermos com Ele em seu reino.
Todas as nossas dificuldades, problemas e tribulações não são atos de punição de Deus; mas um processo para aprendermos a viver segundo os valores do reino de Deus. Para sermos exemplos, testemunhas fiéis da vontade e da graça de Deus neste mundo. Tudo que passamos está debaixo dos olhos atentos de nosso Deus para crescermos. Ele não permite que padeçamos além das nossas forças ou capacidade de resistência. Precisamos aprender a depender dele, confiar no seu provimento e no seu cuidado.
Mas e se não o conhecemos, está ele punindo? Também, não; mas permitindo as tribulações para que os cada coração seja quebrantado e se volte para o criador. O seu amor por nós é manifesto no que fez, no provimento de todo ato de justiça para sermos reconciliados com Ele.
Precisamos parar de olhar o que passa conosco e com as pessas a nossa volta com a perspectiva errada, limitada e míope de uma mente carnal que vê somente sob a perspectiva humana. Precisamos olhar com outros olhos, com outro coração. Devemos sim, olhar com os olhos de nosso Deus, considerando uma perspectiva eterna e não limitada e temporária como é a nossa vida neste mundo.
Somos e fomos feitos filhos para revelarmos a glória de nosso Deus, devemos; portanto, nos empenhar para amadurecer, para conhecer e compreender o querer de Deus, e assim, aprendermos a olhar e ver as situações de forma mais ampla, considerando uma perspectiva eterna.
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