Quando olhamos o reino de Deus e tentamos compreender as coisas Dele de forma natural, elas nos parecem complicadas, cheias de nuances e buscamos no muito conhecimento a explicação do que Ele deseja dos homens.
Não é com base no conhecimento humano e nem é na complicação das Escrituras que compreenderemos o reino de Deus, mas, no reconhecimento do nosso estado como homem natural, na compreensão da obra que Deus fez por nós, no nosso posicionamento diante de Dele frente a nossa miserabilidade quanto a Sua realidade espiritual e a nossa total dependência que nos permitirão compreender o quão simples é o Seu reino e a Sua vontade.
Os fariseus chegaram a Jesus e perguntaram qual era o maior mandamento. E o que foi que Jesus respondeu? Podemos ler em Mateus, no capítulo 22, versos 37 e 39, que diz: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:37-39, RA).
Os religiosos da época de Jesus transformaram a lei, que se resume nestes dois mandamentos, em um complexo de doutrinas e ensinamentos, regras de aparência quem em nada traduz e revela os valores eternos do Criador para a nossa vida. Paulo, também, escreveu sobre isso. Ele disse em sua carta aos romanos que tudo se resumia ao amor, na manifestação do amor ao próximo, pois quem ama não agride, não ofende, não faz mal ao próximo.
Mas, precisamos entender que para amar ao próximo, precisamos antes, compreender o amor de Deus e assim, devolver-Lhe o amor que nos concedeu, pois sem esse amor, não podemos amar ao próximo. Temos que entender que Ele não exige o amor, Ele primeiramente o dá, o ensina, o revela e o mostra a nós.
Ao entendermos a nossa condição de perdidos, separados de Deus e mortos por causa do nosso pecado, e que Ele se moveu em nosso favor; que Jesus se ofereceu como único sacrifício capaz de cumprir a justiça de Deus para que nós pudéssemos alcançar o perdão de nossos pecados; e que Jesus se esvaziou de si mesmo, de quem era, padeceu e foi humilhado em nosso lugar para que na cruz, ao morrer em nosso lugar, pudéssemos chegar a Deus por meio do Seu sangue que nos purifica e nos cura, então compreenderemos o amor de Deus.
Amar a Deus sobre todas as coisas e fazer isto de todo coração, toda alma e entendimento, envolve um oferecimento completo de nós a Deus para que a Sua vontade se cumpra. Precisamos compreender o amor de Deus, o que Ele fez e quais as Suas promessas para a nossa vida para que possamos, tendo recebido Dele o amor, devolvermos para Ele como expressão de oferta agradável. Pois ao compreendermos, por meio das Escrituras, a Sua obra, então ofereceremos o nosso corpo, os nossos membros, como uma oferta para que por meio de nossa vida Ele se revele ao mundo.
Quando recebemos a salvação, a reconciliação com Deus, recebemos do Espírito Santo, que nos conduz, nos habilita para vivermos neste mundo segundo a vontade de Deus. O Espírito Santo, derrama em nossas vidas o amor de Deus para que o revelemos ao mundo, para as pessoas.
A compreensão desta obra, do amor derramado, do que Deus fez em nosso favor é que nos faz amar ao nosso próximo, termos compaixão pelas vidas, e nos conduz no processo de santificação para que Ele se revele por meio de nós ao mundo. Neste ato é que está a expressão do verdadeiro amor a Deus e ao próximo.
Caminhar na Graça 