O partir do pão no contexto da comunhão

” E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo  oferecido por vós; fazei isto em memória de mim.  Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue  derramado em favor de vós.” (Lucas 22:19-20). Pão, corpo que é oferecido por nós, e sangue, sangue da nova aliança que é derramado em nosso favor.

Precisamos entender que a ceia é para nos lembrarmos da obra redentora de Cristo, para lembrar-nos que fomos reconciliados por causa da graça de Deus, por meio da fé em Jesus Cristo, para nos lembrar que fazemos e comemos do mesmo pão espiritual, como Paulo afirmou na carta aos irmãos de Corinto: ” Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” (1 Coríntios 11:26, BEARA) e também: “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos  não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?  Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão.” (1 Coríntios 10:16-17, BEARA)

A ceia é para nos lembrarmos da obra de Deus, da reconciliação recebida, da salvação de nossa alma por meio de Jesus Cristo, mas também, para nos trazer à consciência que somos parte de um corpo, não estamos sozinhos, não podemos viver sozinhos, não podemos ser egoístas e individualistas. Somos parte de um corpo, o corpo de Cristo, a igreja do Senhor, a Sua noiva, a expressão do reino de Deus neste mundo.

Precisamos lembrar que a ceia é mais que partir o pão, é mais que abençoar o outro, é mais que simplesmente lembrar da obra de Cristo na cruz, mas, para nos lembrar o que Deus fez em nós, é para nos lembrar que nos fez nova criatura, que nos deu um novo coração, uma nova vida, e que é para andarmos em novidade de vida, andar não segundo os valores e pensamento deste mundo, é para nos lembrar que temos uma carreira, temos um propósito, temos uma razão de viver e que precisamos com zelo, com perserverança, com muita luta, submetendo a Deus, resistindo ao diabo, continuar a nossa jornada de santificação, de aperfeiçoamento, rejeitando todo o procedimento do mundo, todo pensamento do homem, toda obra da carne, para que Deus, somente Ele seja glorificado por meio de nossa vida, para que Ele, por meio da igreja seja glorificado, seja exaltado, para que Jesus seja reconhecido, como orou em João 17, como o Salvador, como o reconciliador dos homens com Deus, e isto só acontece por meio da igreja quando há a expressão da verdadeira comunhão, quando proclamamos as Suas virtudes.

Precisamos entender que comunhão, simbolizada no partir do pão, não é ajuntamento, não é celebração conjunta, mas sim, partilhar de vida vida, repartir, ser apoio uns para os outros, como é de forma clara expressa pela igreja de atos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão  e nas orações.  Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.  Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.  Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.  Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão  de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,  louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:42-47, BEARA)