A diferença de um líder segundo o coração de Deus

Na história do povo de Israel vemos um exemplo de verdadeira atitude de um líder diante do povo. Neemias, sendo governador, e podendo exigir os seus direitos, abre mão por se compadecer e compreender a situação e a realidade da nação naquele momento. ” O que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também à minha custa eram preparadas aves e, de dez em dez dias, muito vinho de todas as espécies; nem por isso exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era grande.  Lembra-te de mim para meu bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo.” (Neemias 5:18-19).

Como Jesus fala com relação à missão de seus discípulos e Paulo escreve a Timóteo, podemos observar: ” nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.” (Mateus 10:10). ” Pois a Escritura declara:  Não amordaces o boi, quando pisa o trigo.  E ainda:  O trabalhador é digno do seu salário.” (1 Timóteo 5:18).

Por isso esta é uma questão que devemos e precisamos sempre avaliar e considerar como colocada por Neemias. Como avaliar e considerar o quanto é digno o trabalhador?  Qual o limite? Como é exigido? Deve ser tratado como um dever? Como uma obrigação?

Poderia Neemias exigir o que lhe era de direito como governador, mas ele exigiu? Ele precisava? Não. Este é o ponto, conhecendo a realidade do povo, a servidão, a dificuldade, mesmo tendo o direito de exigir, ele abriu mão. E se olharmos a vida de Paulo, ele exigiu ser remunerado pelos irmãos? Muitas vezes não, ele abriu mão deste direito, quantas e quantas vezes ele trabalhou para prover o seu sustento durante suas ações missionárias?

Quando achamos que temos o direito, que temos a obrigação, passamos do limite do que é o nosso papel, deixamos de compreender o porque servimos, esquecemos de quem provê o sustento. Se achamos que as pessoas tem a obrigação de prover o sustento, então nos perdemos no caminho, deixamos de andar segundo os princípios e fundamentos estabelecidos por Deus e estamos andando na confiança de nosso braço, e no estabelecimento de um contrato, onde é requerido a contra partida pelo serviço prestado.

E se os que são atendidos, recebem a sustenção daquele que se dispôs a servir e não somos capazes de contribuir com liberalidade, também, estamos agindo com egoísmo, pensando somente em nós mesmos e não Naquele que nos serve.

A relação de servir e de ajudar, de prover o sustento deve ser norteada pelo amor, pelo fundamento da comunhão, da expressão da vida de Deus revelando graça. Não contribuindo com menos que podemos, e nem exigindo mais do que precisamos ou mesmo podemos ofertar. Precisamos aprender a compreender quem cuida de nós, a olhar o reino de Deus sobre outra perspectiva, e não podemos considerar que quem quer que seja tem a obrigação de servir sem ser ajudado, e nem que quem é servido tem a obrigação de prover o sustento.

Um líder deve ser capaz de avaliar e estabelecer o limite para não ser peso, deve servir sabendo que quem provê é Deus, e não pode deixar de levar o rebanho de Deus ao amadurecimento para que compreenda a Sua natureza e caráter, pois tendo todos esta consciência e compreensão, não haverá abundância e falta, mas, equidade, não serão e nem terão todos a mesma condição, mas não haverá falta. Haverá o repartir, o distribuir e o cuidado uns com os outros segundo o coração e vontade do Pai.