Afastando das coisas simples

Quando olhamos no antigo testamento o quanto e como o povo se afastou da lei de Deus, e não precisava de muito tempo. Para isso temos exemplo no próprio livro de Neemias, após a reconstrução do muro, quando foram estabelecidas algumas regras, mas o povo decididamente resolveu não cumprir o prescrito. Pouco tempo depois de estabelecidas, como podemos ler (isto logo após a volta de Neemias a Jerusalém): “Contendi com os nobres de Judá e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado?  Acaso, não fizeram vossos pais assim, e não trouxe o nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda trazeis ira maior sobre Israel, profanando o sábado.  Dando já sombra as portas de Jerusalém antes do sábado, ordenei que se fechassem; e determinei que não se abrissem, senão após o sábado; às portas coloquei alguns dos meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.” (Neemias 13:17-19).

Temos, também, o mesmo exemplo no Novo Testamento, na carta que Paulo escreve aos gálatas: ” Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.” (Gálatas 1:6-7).

O que nos leva a afastar dos valores e fundamentos do reino de Deus? Somente uma coisa nos conduz a isto, os valores e pensamentos do mundo,  quando não guardamos o nosso coração na lei do Senhor e nela não meditamos de dia e de noite, como fala o salmista: ” Antes, o seu prazer  está na lei do Senhor,  e na sua lei  medita de dia e de noite.” (Salmos 1:2).

O que pode nos impedir de desviar para a direita ou para a esquerda na nossa jornada rumo ao aperfeiçoamento é a nossa falta de meditação na palavra que recebemos, nos ensinamentos que nos são passados. Faz parte da natureza humana esquecer e não firmar estas coisas, mas quando temos o prazer, quando a estudamos, quando meditamos de maneira a ter entendimento, podemos, estar preparados para refutar os laços do Diabo.

Somos enganados não por uma mentira ou contradição explícita com relação a palavra, mas por desculpas, por pequenas coisas que sabemos que não devemos fazer, mas criamos subterfúgios para justificar os nossos atos escondendo a verdadeira razão plantada em nosso coração.

Criamos regras, estabelecemos condição, fortalecemos a religiosidade, mas não incentivamos as verdadeiras obras e práticas que fazem parte do reino de Deus. Tornamo-nos cada vez mais egoístas, orgulhosos, nos tornamos arrogantes, hipócritas, agimos com leviandade diante das coisas do reino de Deus porque priorizamos o nosso interesse e a nossa vontade, nossa preguiça e falta de compromisso.

O evangelho, o reino, a vontade do Pai é para ser vivida e cumprida neste mundo. Ser cidadão do reino é refletirmos sobre os seus valores e não nos afastarmos, por isso, se quisermos permanecer no caminho de crescimento e amadurecimento, precisamos, meditar, estudar, conhecer e compreender a vontade de Deus, e julgarmos a nós mesmos a luz desta vontade, para não nos desviarmos do plano de Deus e do Seu propósito para a nossa vida neste mundo.

Temos que lembrar que somos cidadãos do reino para viver e fazer cumprida a vontade do Pai neste mundo como ela é realizada nos céus. Temos que proclamar as virtudes de nosso Deus.