Quando observamos a forma como a assembléia dos santos viviam no início, a igreja do Senhor, podemos observar como está escrito no livro de Atos: “Eperseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens,distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo,partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:42-47, BEARA).
Por que não podemos ter esta realidade em nossos dias? Ou por que não vivemos segundo este princípio que deve nortear a nossa vida? Olhamos, compreendemos e queremos muitas vezes implementar métodos, formas e procedimento que visam buscar relacionamento e comunhão entre as pessoas, mas não entendemos que não se trata de método e muito menos obrigação, imposição e estabelecimento de regras e controles. Não se trata de exercer dominação, de impor condições, mas de entendermos a questão de natureza, de quem somos, nosso papel e irmos além dos limites que temos estabelecido para as nossas vidas.
Como natureza, precisamos entender que, se entregamos nossa vida nas mãos de Jesus e O temos como Senhor, se compreendemos que recebemos a salvação de nossa alma, a reconciliação com Deus, pela graça por meio da fé em Jesus Cristo, então, fomos feitos novas criaturas, recebemos um novo coração, temos da natureza de Deus e fomos habilitados para vivermos segundo a vontade Daquele que nos resgatou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
O que precisamos fazer após a consciência deste fato? Morrermos para a natureza humana, para os nossos medos e temores, mirando no exemplo de Jesus. Precisamos viver além dos limites estabelecidos, e dos medos que temos de sermos traídos, enganados, roubados de nossa dignidade, nossa honra, de sermos magoados e ofendidos.
Precisamos desenvolver em nós, pelo fundamento da palavra, o caráter de Cristo. Precisamos buscar a semelhança em Suas atitudes e ações de maneira que Deus seja glorificado em nós e através de nós. Não se trata de esperarmos pelo outro, mas de agirmos, de fazermos aquilo que compreendemos ser a vontade de Deus, independente do que outro pense ou faça. Ajudarmos, repartimos não pensando em recebermos, mas simplesmente porque compreendemos que este é o fundamento do amor estabelecido por Deus e retratado em Sua ação para conosco. Oferecermos graça, perdão, misericórdia, exercermos compaixão não porque o outro merece ou porque irá responder à nossa ação, mas simplesmente porque este é o exemplo que recebemos do Criador.
O reino de Deus, a comunhão dos santos, a unidade da igreja não depende do que o outro faça, mas sim, das nossas atitudes, nosso posicionamento e do que e como fazemos para viver segundo o novo coração que recebemos em Cristo Jesus. Viver além dos limites é escolhermos viver segundo a natureza de Deus, os valores do reino, é escolhermos pela vida de igreja conforme prescrito e pedido por Jesus.