Não existe comunhão, não existe manifestação da vida de igreja se não houver entendimento da reconciliação, da natureza que recebemos e do fundamento que deve nortear os relacionamentos. A palavra transmitida a Ezequiel afirma o seguinte: “Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis .” (Ezequiel 36:25-27).
O novo nascimento, o receber um novo coração, coração fundamentado em Cristo, segundo a natureza de Deus é a base para o relacionamento, a comunhão. Precisamos entender que em Cristo fomos reconciliados, morremos para nós mesmos, para a natureza humana e recebemos um novo coração, coração capaz de absorver, compreender e viver segundo os valores do reino, ou seja, segundo os estatutos e juizos de nosso Deus.
Deus nos capacitou para vivermos segundo a Sua natureza (2 Ped 1:3-4). Tendo sido capacitados, precisamos entender que temos uma jornada de amadurecimento, de crescimento pela frente. Precisamos santificar os nossos atos e corrermos rumo a carreira proposta.
O que nos fica claro é que primeiramente é restabelecido a comunhão, o relacionamento com Deus, depois precisamos compreender que se trata de uma natureza recebida. Temos que ter o entendimento que não podemos mais andar segundo os ensinamentos e pensamentos que tínhamos anteriormente, precisamos andar segundo a natureza de Deus. Precisamos compreender a natureza de relacionamento que Ele deseja que aprendamos e ao andarmos segundo este entendimento, devemos, segundo o novo coração, os estatudos e juizos de Deus, nortear os nosso relacionamentos com o próximo. Não existe comunhão com o próximo se não for fundamentado na lei de Deus. Pode haver ajuntamento, busca de interesses próprios, mas nada disto se compara ao que Deus tem planejado para nós.
Existe, segundo os valores do Criador uma inversão no desenvolvimento da comunhão e nos relacionamentos que deve ter como objetivo o suprir, ajudar, revelar bondade, misericórdia, graça, e não para atender os nossos interesses e satisfazer as nossas necessidades.
A verdadeira comunhão começa em Deus e termina Nele. Não dá para começar em nós e terminar em Deus. Fomos criados, existimos para ter e manter relacionamentos profundos, significativos e positivos com Deus e com os outros. Este é o propósito de Deus, foi para isto que Ele nos criou, foi por isso que Jesus orou pela unidade, pela comunhão na assembléia dos santos. É esta comunhão norteada pela natureza divina que irá manifestar ao mundo as verdades eternas do reino e revelar Jesus Cristo como o enviado, como o salvador, o reconciliador dos homens com Deus.
Não existe vida de igreja, comunhão, relacionamento que seja significativo, construtivo e profundo se não estiver fundamentado na realidade espiritual do reino de Deus e através de um relacionamento profundo com o Criador.