Deus falando ao profeta Ezequiel afirmou o seguinte: “Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto aos muros e nas portas das casas; fala um com o outro, cada um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual é a palavra que procede do Senhor. Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra.” (Ezequiel 33:30-32).
Por isso devemos nos perguntar: temos sido como este povo? O que temos ouvido tem sido colocado em prática, transformado em obras? Ou são palavras somente aprazíveis aos nossos ouvidos? O que temos lido está sendo somente para alegrar a nossa alma, ou temos refletido e nos empenhado para sermos agradáveis a Deus como expressão do que somos? Nossa vida tem sido um bom perfume de Cristo? Uma carta viva que revela a vida e a natureza do Criador?
Precisamos aprender e compreender que palavra ouvida e não transformada em realidade, é somente teoria religiosa, são discussões que não nos levarão a viver e nem a expressar o reino de Deus como deveria ser o propósito de nossa vida. Individualmente, precisamos entender que necessitamos de um compromisso com Deus, com o Seu reino, com o realizar da Sua vontade. Não existimos para atender o nosso querer, nosso desejo, nossa vontade. Não se trata de objetivos pessoais, de sonhos que temos, do nosso querer, do buscarmos o nosso benefício, mas única e exclusivamente de um compromisso com Deus, com o Seu reino, em desempenharmos o papel que devemos diante Dele da maneira que Lhe apraz.
Quando compreendemos o nosso compromisso individual, então somos capazes, no coletivo, como igreja, na comunhão dos santos, na assembléia de expressarmos a vida e a natureza de Deus entre os homens. Precisamos entender que a bíblia, o reino de Deus, a palavra ouvida não é para ser admirada, mas vivida, expressa em ação por meio de nossa vida.
Compaixão não é sentimento, é atitude, assim como misericórdia, graça, perdão, bondade, amor, justiça entre os homens. Temos que compreender que o reino de Deus são obras, são ações e não teoria que é discutida e que pode ou não nos agradar. Não se trata de satisfazer a nossa alma, mas de atender e suprir a necessidade daquele que não vê a luz, que não compreende e que precisa que expressemos não só em palavras, mas principalmente em ação, para que vejam a luz.
Palavra ouvida e compreendida que não se transforma em ação em nosso viver diário é pura religiosidade que não nos leva a cumprir o nosso papel neste mundo e nem a expressarmos o reino de Deus, revelando as Suas virtudes entre os homens.
Até quando seremos somente ouvintes da palavra e não praticantes da mesma, como Tiago escreveu em sua carta?