No livro de Jeremias, nos capítulos 42 e 43, vemos uma história semelhante. Um grupo remanescente que não tinha sido levado para a Babilônia, procura o profeta para saber a palavra do Senhor e se propõem, diante dele a obedecer. Mas nos seus corações estava o temor de serem levados para o exílio e o desejo de ir e buscar refúgio no Egito.
Qual a palavra que Deus lhes trouxe pelo profeta? Que deveriam ficar, não precisavam ter medo. Mas qual foi a decisão no coração destes homens? Ir para o Egito.
Por isso, diante das situações, nos momentos de tribulação o que muitas vezes buscamos? Queremos saber a vontade de Deus, mas no fundo, não estamos dispostos a obedecer, queremos que Ele confirme o desejo do nosso coração e não somos capazes de distinguir o que Deus está nos falando por meio de Seus profetas e mestres. Por que isto acontece? Por causa do nosso orgulho, da nossa inflexibilidade, incapacidade de ou querer ouvir o que pode ser diferente do que pensamos ou achamos. Temos sim, e demonstramos, um coração orgulhoso, que não é capaz de se submeter à vontade de Deus que sabe o que é melhor para nós.
Decidimos que sabemos o que é melhor e mantemos este posicionamento firme em nosso coração. Esta inflexibilidade nos leva a não desfrutarmos das bênçãos, da vida e do que nos é oferecido por Deus por meio do Seu filho Jesus, e que foi preparado desdes os tempos eternos.
O que precisamos entender é que a nossa inflexibilidade, nossa incapacidade de nos submeter ao que Deus está nos falando nos é prejudicial em sermos instrumentos de Deus, em sermos capazes de deixarmos ser usados por Ele para cumprir e realizar a Sua vontade.
Precisamos parar de olhar para nós, para a nossa vontade. Precisamos parar de olhar o nosso orgulho, nossa arrogância, nossa incapacidade de compreender que não somos e não temos condição de sermos senhores de nós mesmos e nem do nosso destino. Se mantivermos nossa vida debaixo dos valores da natureza humana, estaremos de fato nos submetendo à escravidão do pecado, ao seu domínio e andando segundo valores que se voltam para nós mesmos que não traduzem em nada a natureza de Deus.
Quando morremos para esta natureza humana, o que de fato vamos experimentar é a liberdade, a libertação do domínio e do poder do pecado. Submetendo a Cristo, submetendo ao Seu senhorio seremos de fato livres e enxergaremos, à medida que amadurecermos a vontade, o plano e propósito de Deus. Aprenderemos a fazer as escolhas que não signifiquem o melhor simplesmente para nós, mas o melhor para o reino de Deus, para os homens. Compartilharemos da vida e da natureza de Deus, teremos compaixão dos homens, seremos misericordiosos, manifestaremos a justiça divina diante dos fatos e diante dos homens. Aprenderemos a ser como Jesus, semelhante em tudo, seremos imitadores de Deus como filhos amados, mas precisamos nos submeter ao senhorio de Jesus, fazer a Sua vontade, negar a nós mesmos, e tomar a cruz para que a vontade de Deus se cumpra por nosso intermédio, como expressão de amor para com os homens.
Quando deixamos Deus nos conduzir, nos submetendo à Sua vontade, mesmo que não pareça tão boa assim, no momento, experimentaremos toda sorte de bênçãos já preparada, seremos instrumentos úteis ao Criador e à expressão da Sua vontade, manifestando o Seu reino neste mundo, revelando a Sua glória e sendo úteis no cumprir da justiça de Deus revelada na cruz, para que todos cheguem a reconciliação.