Jesus em Sua oração, pediu o seguinte ao Pai: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:20-21).
Se Ele determinou que a unidade faz parte da vida de igreja, da vida dos filhos como podemos enxergar o individualimos?
Isto que temos que ter em mente. Individualismo não faz parte da vida da igreja, não deve e nem pode estar relacionado à nossa vida.
Temos que entender que a vida da igreja é fundamentada em nós, como indivíduos que experimentam a salvação e a reconciliação com o Pai.
O pressuposto da reconciliação é a morte na cruz com Cristo, onde a justiça de Deus se cumpriu, é na cruz que morremos para nós mesmos, para o pecado, onde somos libertos do poder e domínio do pecado. Fora da cruz não existe libertação nem restauração, não existe reconciliação por meio da fé em Jesus Cristo, decorrente da graça de Deus concedida a nós. Na cruz somos crucificados com Cristo, e nela morremos para nós mesmos. Tendo morrido com Cristo, morrido para o pecado, não podemos continuar a viver no pecado, portanto, morremos para o nosso individualismo.
Individualismo está ligado a egocentrismo, a voltarmos para nós mesmos, a amarmos e preocuparmos conosco, com o nosso interesse, com a satisfação dos nossos desejos, com atender o que desejamos e não nos preocuparmos com os outros. O amor voltado para nós, focado em nós e no nosso interesse é o egoímos, que nos leva ao individualismo, a busca de nosso próprio interesse, o resolver o nosso problema.
Quando entendemos que o egoísmo, o individualismo é pecado e está fora do propósito de Deus, então, o que temos que fazer? Devemos fazer morrer este valor que pertence à natureza humana. No individualismo, na busca dos interesses pessoais, não existe a manifestação da bênção concedida em Cristo Jesus que se revela pela comunhão entre irmãos. Não se trata de estarmos e andarmos juntos, mas de sermos um, termos um só propósito. Não estamos falando de uniformidade, dos outros serem como nós, ou de todos pensarem e serem cópias uns dos outros. Mas sim, no fundamentarmos nossa vida segundo o propósito de Deus, revelar da Sua natureza entre os homens.
Como podemos ser um? Pensando e agindo como o nosso Deus, sendo semelhantes a Ele, sendo Seus imitadores. Como? Não voltando para nós mesmos, mas, para o servir uns aos outros, suprir e ajudar os outros nas suas fraquezas, se oferecer a Deus, como instrumento de justiça, para que a Sua vontade se realize e se cumpra na vida dos outros. É o pensar primeiramente no outro e não em nós mesmos e nem no nosso interesse. É sermos capazes de dividir, de repartir, de ajudar, de ser irmão. Não é querer a nossa honra, exaltação, mas sim que o outro cresça, que seja edificado, que amadureça. É trabalharmos pelo outro, pelo crescimento, é imitarmos a Cristo, esvaziando-nos de nós mesmos, em favor do outro para que Deus seja glorificado.
Quando compreendemos que não é no individualismo, não é na busca dos próprios interesses e que esta atitude é pecado e contrária natureza de Deus, rejeitamos determinantemente em nossa vida, nos nossos atos e tomamos a decisão de servir a Deus, de viver segundo o Seu coração.
Ao fazermos assim, então deixamos, abandonamos o individualismo e buscamos na comunhão, no propósito de revelar Deus na unidade para que o nosso Senhor seja reconhecido como Aquele que veio para salvar e buscar o que estava perdido.
Isto somente se torna uma verdade quando a igreja compreende que este é o seu papel, e este papel é resultante do compromisso individual de cada um. É um compromisso de vida, de manifestação da vida de Deus, das Suas virtudes por meio de nossos membros, da Sua obra por nosso intermédio. A manifestação deste compromisso individual se dá por meio da igreja, o corpo de Cristo, através da comunhão onde Deus ordena a bênção.
Onde aprendemos a rejeitar o individualismo como pecado em nossa vida? Nas nossas ações do dia a dia. No relacionamento com os amigos, com os colegas de trabalho, em casa com os pais, com os irmãos, com a esposa e com os filhos, e também, através da comunhão na igreja, a assembléia dos santos em Cristo.
O individualismo nos leva para longe do propósito do querer de Deus, e nos conduz a vivermos uma vida de maneira contrária à natureza de nosso Deus, e portanto é pecado e deve ser determinantemente rejeitado em nossa vida, pois morremos para nós mesmos e fomos libertos do domínio e poder do pecado que nos escravizava.