Espírito Contagiante

A cruz nunca foi motivo de alegria na forma de sentimento como conhecemos, mas sim, um compromisso dele com o reino e com o Pai, como ele fala: “Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice  que o Pai me deu? ” (João 18:11) e no evangelho de João, quando orando, Ele também, afirma: “dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice;  contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.” (Lucas 22:42).

O que podemos observar nesta passagem? Tinha uma alegria carregada como conhecemos em Sua palavras? Não, mas tinha um espírito contagiante, carregado de amor pelos homens e pelo compromisso com o Pai, e é isto que precisamos aprender.

Se não compreendermos quem somos, nosso papel, o compromisso que temos que ter com o reino, a compaixão pelos homens nunca existirá em nós, um espírito contagiante que nos mova em direção ao propósito, a vontade do Pai, ao compromisso com o reino e o desejo ardente que a vontade do Pai se cumpra e se realize.

Se não houver em nós o entendimento, sempre olharemos o conceito de espírito contagiante pela perspectiva de sentimento, de alegria, de prazer, de vitória sob a perspectiva do mundo. Que é muito diferente da realidade espiritual e da realidade do reino de Deus. Mesmo em lutas, em fome, em perseguição, como podemos observar na vida de Paulo, ainda pode haver o compromisso com o reino, o falar e levar a vontade do Pai a ser conhecida de todos os povos? Como mesmo preso faz planos de liberdade somente para anunciar o evangelho? É isto que precisamos entender. Espírito contagiante está no fato de mesmo que tudo pareça perdido, difícil, impossível, ainda existe o compromisso de fazer. Mesmo que pareça que tudo está sem sentido, que não levará a lugar algum, ainda existe o compromisso de cumprir e realizar aquilo que compreendemos ser o nosso papel e a vontade do Pai.

Não se trata de sentimento, mas de compromisso. Não devemos buscar o regozijo para fazer, mas devemos nos comprometer com o Pai, com a Sua vontade, obedecer aquilo que Ele determina, mesmo que tudo pareça em vão, pois a alegria do fazer virá na hora certa, no momento certo e podemos, muitas vezes, nem desfrutar, mas alguém irá colher pelo reino. Assim como muitas vezes colhemos o que outros plantaram.

Tendo isto em mente, o que precisamos refletir é sobre este espírito contagiante, sobre o compromisso com o reino, sobre fazer o que sabemos que é o nosso papel, mesmo que não tenhamos o prazer naquilo, precisamos avaliar as coisas não sobre o que pensamos e nem sob a perspectiva de nossos conceitos, mas olhando pela perspectiva de reino e da vontade do Pai. Tudo que nos leva a revelar a natureza de Deus, a vida de Deus, cumprir a Sua vontade, deve e tem que ser feito com zelo, com dedicação, com perseverança, pois foi assim que o Senhor nos ensinou, assim Ele fez e assim devemos fazer. Nosso compromisso é e tem que ser com o reino e com o Pai e não com a nossa alma, nosso desejo e nem com o nosso querer.

Vivamos o reino de Deus com compromisso, sabendo quem somos, nosso papel e em sermos cartas vivas, pois agindo assim, contagiaremos outros a olhar pela perspectiva do reino de Deus, da Sua vontade e não pela satisfação da alma e desejos humanos.