Quando Paulo prega aos judeus em Roma, o que podemos observar que não estavam abertos para ouvir algo diferente, mas queriam que se confirmasse o que já sabiam. Por isso ele menciona o profeta: “Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não entendereis; vendo, vereis e não percebereis. Porquanto o coração deste povo se tornou endurecido; com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, para que não entendam com o coração, e se convertam, e por mim sejam curados.” (Atos 28:26-27).
O primeiro ponto que precisamos sempre nos lembrar em nossa caminhada com o Senhor, no reino de Deus, é a questão da dependência. Nunca, nunca pode existir em nosso coração qualquer sentimento de autossuficiência e conhecimento das coisas. Deus não opera como imaginamos ou desejamos, isto é, que faça as coisas sempre da mesma maneira. Não é esta a forma do Pai se revelar.
A questão que precisamos entender que não se trata de nós, de nos acostumarmos, não é uma questão de nos acomodarmos em fazer as coisas de uma só maneira. O propósito de nossa vida é alcançar o cego, o surdo, o que está escravizado, preso nos valores e pensamentos deste mundo, e fazemos isso quando somos sal e luz. E precisamos entender que não podemos ser sal e luz conforme achamos que temos que ser, mas, sem perder o fundamento, podemos mudar a maneira de fazer, revelando em tudo a multiforme sabedoria de Deus para que as pessoas possam ser alcançadas.
Quando colocamos o foco em nós, então perdemos o sentido quanto ao destino e propósito de nossa vida, voltando para os nossos interesses e desejo e não para o realizar daquilo que seja o propósito de Deus para a igreja, o corpo de Cristo. Quando perdemos a visão, e não aceitamos a correção, então ficamos amarrados em nossos conceitos, cegos e surdos ao que Deus está falando e nos mostrando. E precisamos entender que não se trata de idade, ser velho ou jovem, mas, de acharmos que a maneira de Deus agir é sempre a mesma. Quando fazemos assim, perdemos a capacidade de ouvir o que o Espírito Santo deseja que façamos para cumprir a vontade do Pai.
Portanto, para nos mantermos sempre na vontade de Deus, precisamos estar atentos aos nossos motivos, a razão de nos movermos e fazermos as coisas. Na existência ou não de um coração endurecido, incapaz de ouvir as determinações do que o Espírito Santo deseja nos ensinar e nos guiar para que o propósito e a vontade do Pai se realize, não pode haver orgulho em nosso coração. Devemos estar atentos ao que estamos fazendo, como e para quem. Não se trata de fazer, mas de fazer dependendo do Pai.
Quando assim agimos, então somos guiados de forma flexível no realizar aquilo que temos que fazer, da forma como temos que fazer, pois não se trata de agradar a nós mesmos, mas, em alcançar quem está perdido, em sermos luz para que as pessoas se aproximem da luz, e possam se submeter à vontade do Pai, cumprindo o Seu propósito e querer.
Não podemos nos corromper pela natureza humana, pelo orgulho, pela arrogância e nem pela auto suficiência, pois, nós por nós mesmos, não chegaremos a lugar algum. Mas dependendo do Pai, ouvindo e obedecendo ao Espírito Santo, saberemos como usar tudo para manifestar a glória de Deus.