Jesus no início de Seu ministério afirmou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,” (Lc 4:18) e Ele também, falou: ” Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8:36).
Mas entre o ato de proclamar, a execução de colocar em liberdade e a consciência da liberdade recebida pelo oprimido é longa. Nisto consiste a externalização da realidade espiritual que ocorreu em Jesus Cristo com a sua obra na cruz.
Somos e fomos libertos do poder do pecado, quando entregamos nossa vida a Cristo tendo-O como Senhor e Salvador, pois este foi o propósito estabelecido pelo Pai. Ele enviou o Seu filho para salvar o mundo, reconciliar os homens com Ele. Nisto consiste a liberdade: do poder e da escravidão do pecado que nos conduz à morte e a separação de Deus. O Criador em Cristo nos liberta do poder do pecado e nos reconcilia com Ele para vivermos segundo a Sua natureza, andar segundo os Seus valores. Nisto consiste a liberdade, nisto consiste a verdadeira vida que é o ato de sermos imitadores de Deus como filhos amados. Não se trata de escolher entre o bem e o mal, mas sim, de vivermos segundo a vida e a natureza de Deus.
Precisamos compreender que a proclamação de Deus e a execução realizada por meio da cruz foram realizadas, precisamos, para experimentar a liberdade oferecida por Deus, para não sermos escravos do pecado, nos submeter a Cristo como Senhor, nos sujeitarmos a Deus, reconhecendo o preço que pagou por nós. Este é uma ato libertação de um senhor e sujeição a outro que nos conduz à vida verdadeira.
Como Paulo afirmou em sua carta aos romanos: ” Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.” (Rm 8:2) e como escreveu aos Gálatas: ” Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gl 5:13).
Precisamos compreender que a libertação do poder do pecado não é para fazermos o que quisermos, mas fazermos tudo segundo a natureza de Deus, segundo os Seus valores. Nisto é que encontramos a liberdade: a expressão da natureza de Deus.
Precisamos desta consciência, da transformação da consciência sobre o que significa liberdade, o que significa poder fazer de tudo, mas escolher fazer o que é bom, o que é justo, o que agrada a Deus e está alinhado com a Sua natureza. Precisamos entender que a liberdade está no fato de sermos livres para poder fazer tudo segundo a natureza do Deus que criou todas as coisas e a agirmos segundo o fundamento de vida que procede Dele.
A libertade não tem o mesmo significado de libertinagem, não está relacionado a fazermos tudo que nos vem à cabeça e que os outros que se virem. A verdadeira liberdade está no saber que podemos fazer de tudo, que somos livres para fazer de tudo, mas temos a liberdade de escolher, não somos escravos, mas livres para fazer tudo segundo a natureza e a vida de Deus. Nisto está a consciência da libertação.
Jesus por meio da Sua obra, nos livrou do poder do pecado que nos leva a cometer e a agir segundo o princípio da libertinagem, mas depois que fazemos, nos vem a consciência pesada, o arrependimento ou a tristeza.
Mas em Cristo somos livres, livres para não escolher o pecado, livres para não ter o pecado com uma opção, mas, para em tudo, escolhermos ser servos uns dos outros, escolher amar quando nos odeiam, escolher servir quando todos querem ser servidos, escolher honrar quem nos desonra. Nisto consiste a verdadeira liberdade, pois foi assim que Cristo agiu e assim, Ele deseja que aprendamos a agir. Diante de tantas opções, de escolhas que implicavam a não existência da cruz, Jesus escolheu a cruz para nos reconciliar com o Pai, isto é ser livre e é esta consciência de liberdade que Ele deseja que tenhamos.