Jonas não foi diferente do que somos. Quantas vezes não temos a mesma atitude, o mesmo sentimento para com aqueles que estão perdidos? Nós os abandonamos e não somos luz, preferimos ser acusadores e desejamos ardemente vê-los recebendo a condenação e punição, a manifestarmos qualquer compaixão, assim como foi Jonas com relação ao povo de Nínive? O que foi que Deus lhe falou a respeito daquele povo? “e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais? ” (Jonas 4:11).
Como demonstramos a mesma atitude de Jonas que estava fugindo do papel que Deus lhe tinha atribuído, enquanto o que Ele queria era que Jonas demonstrasse compaixão por aquele povo. Não fazemos a mesma coisa? Não ficamos muitas vezes ou não fugimos da responsabilidade porque desistimos, porque não estamos revelando a mesma compaixão que Deus revelou para conosco? Olhando para trás, quanto tempo levou para compreendermos a graça de Deus? Por que queremos que as pessoas ouçam e se convertam das trevas que estão quando anunciamos a primeira vez? Por que não entendemos que a obra de conversão, de convencimento é do Espírito Santo e que o nosso papel é fazer o que Deus está falando para fazermos como instrumentos para revelar e manifestar a Sua compaixão?
Temos um coração duro, um coração que não revela qualquer tipo de compaixão profunda pelas vidas. Somos e temos sido egoístas na maioria das nossas ações, agimos mais para cumprimento de obrigação do que movidos pela verdadeira compaixão do que temos que fazer.
Quantas e quantas vezes não temos a atitude ou não vimos outros afirmar: já falei, já anunciei, estou livre do sangue deste? Não é verdade? Isto demonstra egoísmo e que estamos preocupados de ser acusados do sangue do outro, mas não entendemos que cobrança será pelo fato de não revelarmos compaixão, misericórdia, de sermos pacientes e perseverantes como Deus é com o homem.
Queremos viver o reino de Deus? Queremos ser instrumentos do Pai? Temos o compromisso individual de buscarmos a semelhança com o Senhor? Temos corrido a carreira proposta, santificando os nosso atos? Se o nosso compromisso é com o reino, então precisamos aprender a ter compaixão e nos colocar no lugar do outro, a compreendermos a sua cegueira, a sua falta de entendimento, e nos esforçar, nos empenhar e fazer tudo o que for possível para que haja o entendimento. Mas, somente verão a luz se formos luz, e não se falarmos de luz. Temos que ser luz, nossos atos têm que revelar a natureza e a vida de Deus. Manifestamos compaixão quando fazemos morrer a natureza humana e deixamos que a vida, os valores de Deus se revelem por meio dos nosso membros, reconhecendo a capacitação recebida, a vida que nos foi doada para que neste mundo manifestemos, em tudo, a vontade do Pai.
Não aprendemos a ter compaixão andando segundo o pensamento do homem, pois pelo homem não revelamos e não conhecemos o amor de Deus que temos que expressar para com todos os homens. Precisamos estender a “todas” as pessoas, sem exceção, sem regras, sem condição a compaixão recebida.
A igreja existe para revelar e manifestar a compaixão de Deus ao mundo. Não somos acusadores, mas, expressão viva do Deus que afirmamos conhecer e que se compadece de todos, como foi com Nínive.