Jesus ensinando afirmou: “Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.” (Mt 25:41-46)
Precisamos compreender o reino sob a perspectiva de Deus, precisamos parar com a nossa religiosidade, com a nossa visão de santificação, ou o nosso entendimento religioso do que agrada a Deus. Qualquer tipo de religiosidade que não seja sob a perspectiva do Pai não Lhe é agradável, qualquer atitude que não revela a natureza de Deus ou a Sua justiça não deve fazer parte de nossa vida.
Temos que entender o nosso papel neste mundo, tanto como indivíduos e como igreja, como o corpo de Cristo. Precisamos parar de olhar sob a perspectiva da salvação e pronto, pois a nossa vida, o plano e propósito de Deus não está na salvação, mas, no revelarmos a Sua vontade e o Seu reino neste mundo. Fomos chamados, não para sermos salvos, mas para proclamarmos as virtudes daquele que nos tirou das trevas para o reino do Seu Filho.
A santificação não é para que cheguemos e possamos estar mais perto de Deus, mas, para que nós tragamos o reino de Deus para perto das pessoas, das vidas que nos cercam. Santificamos para que as pessoas à nossa volta vejam Deus, para que O conheçam e possam assim se chegar para a luz. Mas, como tudo isso pode acontecer e quando deixamos de ver Jesus?
Jesus não veio por causa dos santos, por causa dos bons e nem por causa dos salvos, Ele veio por causa dos miseráveis, dos pobres, dos cegos, dos que padeciam e que compreendem que não tem qualquer perspectiva. Ele veio para proclamar a libertação para quem era escravo. E este é o nosso papel, fazermos isto para todos, todos que precisam, sem praticarmos acepção, sem fazermos diferenças. Quando desprezamos pessoas, deixamos de suas necessidades e não revelamos através da nossa vida o mesmo cuidado que Jesus demonstrou, estamos, conforme a história contada, deixando de enxergá-Lo nestas pessoas, e não cumprimos a justiça de Deus neste mundo.
O nosso papel como indivíduo e como igreja não é acabar com miséria, mas agirmos com justiça, a justiça de Deus que reparte, que supre, que ajuda, que é capaz de olhar além do próprio umbigo e ir em socorro de quem necessita, merecendo ou não. Por isso está no nosso coração o visitar enfermos, idosos em asilos, órfãos, presos? Se ao entrarmos em um hotel, um clube, um evento social, somos capazes de olhar e cumprirmentar, tratar bem aqueles que estão ali prestando um serviço para o nosso conforto? Somos capazes de olhar no rosto de um garçon que está nos atendendo? Ou nem sabemos se é um homem ou mulher? Esta atitude é a que Jesus condena e não faz parte de quem é cidadão do reino.
Ser cidadão do reino é olhar para todos e por todos, demonstrar graça, compaixão, misericórdia e revelar amor, pois todos somos iguais perante o Pai, e nós como Seus filhos, devemos, como Jesus, revelar e conceder a cada um a mesma atenção e cuidado. Se não o fizermos, não revelamos o amor de Deus e nem a Sua justiça perante os homens. Estamos preocupados e priorizando o quê em nossas vidas? A nós? Ou rejeitando a natureza humana, assumimos a que nos foi concedida em Cristo, para revelar Deus?