João Batista usando de exemplo explica para o povo o que era produzir fruto de arrependimento: ” Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer? Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse:A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo. ” (Lc 3:10-14).
E nós, em nossos dias, o que significa produzir fruto de arrependimento? Nada diferente das palavras de João Bastita para estas pessoas. Quando há o arrependimento, implica em atitude de repartir com os outros nas suas necessidades e não o manter só para nós quando existe abundância. Ao fazermos isso, estamos demonstrando compaixão, amor e misericórdia para com aquele que, no momento, padece de uma necessidade. Agora, se em nosso coração, permanece o medo de nos faltar, ou que o que temos é para o nosso gozo, para o bem que queremos comprar e que não está nos sobrando nada, então, não temos produzido fruto de arrependimento.
Se no nosso dia a dia, diante das situações da vida queremos tirar vantagem, tendo o conhecimento de regras de como devem funcionar, e usamos de nossa influência, nosso conhecimento, da amizada para tirar proveito para nós, para sermos priorizadas nas filas, para não entrarmos em fila, estamos de fato corrompendo o outro, usando de influência em nosso próprio benefício. Isto não é atitude de arrependimento, isto não é fruto de alguém arrependido.
Quando na nossa fé, na nossa religiosidade, somos capazes de acusar outros na sua religiosidade porque não concordamos com eles, não temos a mesma opinião, expomos o outro ao ridículo, fazendo críticas, sem desmonstração de amor, de compaixão, sem ser luz na vida dele que o possa levar ao arrependimento e mudança de atitude, nós, também, estamos com o mesmo tipo de pecado, e não demonstramos arrependimento, mas somente pensamos que somos melhores que os outros.
E no nosso trabalho, como nos comportamos? Somos relaxados, fazemos mais ou menos? Desprezamos as ordens? Não fazemos com zelo? Não temos compromisso com horário? O que de fato significa esta atitude? Estamos demonstrando arrependimento e vivendo uma vida que agrada a Deus? Precisamos lembrar para quem trabalhamos e para quem fazemos as coisas. Fazemos para homens? Não. Como Paulo escreveu, tudo o que fizermos, temos que fazer como para o Senhor. Se não temos feito as coisas com zelo para o Senhor então não temos desmonstrado arrependimento.
E assim, tantas outras oportunidades, tantas outras coisas que fazemos em nosso dia a dia, que devemos repensar, como: jogamos lixo na rua? Desrespeitamos as leis de trânsito? Somos educados ou grossos? Sabemos ouvir? Nos colocamos acima e em condição melhor que os outros, achando que são ignorantes, mas a única coisa que fazemos é criticar?
As respostas para cada atitude, para cada ação e reação demonstram o quanto estamos arrependidos e o quanto temos produzido frutos que revelam este arrependimento. Por isso, não se trata de sentimento, mas de atitude, de fruto que é revelado pelas nossas ações. Ações que devem ter o firme propósito de revelar as virtudes de Deus. Se não estamos revelando as virtudes de Deus, se não estamos fazendo as Suas obras, se não andamos segundo o sermão da montanha, então, o arrependimento ainda não faz parte da nossa vida. Estamos entendendo?