Jesus depois de falar aos discípulos que iria sofrer em Jerusalém, tem o seguinte embate com Pedro: “E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. ” (Mt 16:22-23). Esta situação aconteceu logo depois de Pedro ter compreendido que Ele era o Filho de Deus, o Messias.
E nós? Que atitude temos diante das situações e compreendendo a vontade de Deus, o que fazemos? Rejeitamos e fugimos de nossa responsabilidade ou nos submetemos à vontade do Pai como Jesus fez?
A nossa falta de entendimento, imaturidade, falta de compromisso com o reino, nos leva a agir segundo a natureza humana e não a vontade de Deus, seus valores e virtudes. Quando diante das alternativas que temos, escolhemos a porta larga, o caminho mais tranquilo, a nossa vontade, como foi a sugestão de Pedro para Jesus, fica para nós claro que não precisamos de amigos que agem como inimigos, nós mesmos somos nossos inimigos e fugimos da responsabilidade que pesa sobre a nossa vida quanto a sermos filhos de Deus.
Escolher ser amigo de Deus é optarmos por fazer as coisas segundo a natureza e virtude do Pai, nada diferente disto. E se somos filhos, se nascemos de novo, não temos opção de escolha que não seja as que Jesus fez. Não se trata de opção, mas sim, um ato de declaração expressa em obras para revelar quem somos, revelar a nossa natureza.
Agora, se queremos nos poupar ou buscamos o melhor para nós segundo a visão do mundo, então estamos rejeitando os valores do reino de Deus. Não podemos ter compaixão de nós mesmos. Temos, sim, que nos compadecer do próximo, atuar em seu favor, mesmo que implique em abrir mão, negar a nós mesmos, observar o sermão da montanha e viver segundo estes ensinamentos. É não nos preocuparmos com o que acontecerá conosco e o que falarão de nós, pois o nosso compromisso é com o reino de Deus e não com a nossa vontade.
Qualquer atitude que queira nos poupar, nos livrar não tem nada a ver com o reino de Deus. Isto é o do diabo, e não estamos sendo discípulos de Jesus, pois quem o quer ser, tem que negar a si mesmo, tomar a cruz e seguí-lo, ser seu imitador. Este deve ser o nosso compromisso de vida, esta deve ser a nossa carreira e o nosso propósito de vida perante o Pai, por isso, precisamos nos desembaraçar de todo pecado, de toda atitude que não reflete e não revela as virtudes de Deus.
Como? Entre o conforto e o aproveitar a vida: realizar visitas a quem precisa. Entre nos empenharmos em conhecer a vontade de Deus expressa em Sua palavra e o desperdiçar tempo com atividades e ações que não trazem este conhecimento. Entre ficar em frente à uma televisão, visitar quem necessita. Entre repartir o tempo com quem necessita, suprir necessidade e ter um tempo para “nós mesmos”, “nossos amigos” e nos esquecermos dos “outros”. Não se trata de ser pecado ou não, mas de revelar quem somos
Quando vivemos segundo a natureza humana estamos de fato voltados para nós mesmos, cheios de todo egoímos, orgulho, arrogância, hipocrisia, praticando acepção de pessoas e tantas outras atitudes que não revelam Deus, nem quem Ele é, e muito menos o que afirmamos crer. A salvação está vinculada em revelarmos por obras as virtudes de Deus, pois fomos chamados do império das trevas e transportados para o Seu reino para proclamarmos as Suas virtudes. E as virtudes de Deus estão relacionadas a atuação em favor do outro.
Quando compreendemos a salvação e vivemos na carne, significa que não entendemos e somos imaturos. Precisamos amadurecer, precisamos revelar o Deus que conhecemos ao mundo e isto depende de nós.