Não somos diferentes dos discípulos, não fazemos diferente do que eles fizeram. Dois indo para Emaús, estavam discorrendo sobre a morte do Senhor e por não terem as coisas acontecido como eles esperavam. Eles queriam que o Cristo fosse o Messias esperado, mas não estavam compreendendo toda a escritura, somente o que desejavam, portanto, as suas expectativas pareciam frustradas. Jesus caminhando ao lados destes, após sua ressurreição lhes fala: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?” (Lc 24:25-26).
Quantos de nós não fazemos as mesmas coisas, não lemos as escrituras “pelas metades”, somente enxergando o que nos interessa e que defende a nossa ideia, ponto de vista e interesse?
Precisamos parar, repensar e passar a tratar as coisas do Senhor com a mente aberta. Não segundo as nossas expectativas, sonhos e vontade. O plano de Deus não é para atender aos nossos desejos e muito menos o que queremos ou desejamos. O Seu plano é para que conheçamos a verdade, Sua vontade e a Ele nos submetamos. Se não fizermos assim, se não entendermos que assim é o melhor para nós, mesmo que diante de nossa cegueira pareça que não, teremos sempre as nossas expectativas frutradas e ficaremos decepcionados com Deus e com homens, pois colocamos o coração naquilo que não é a vontade de Dele.
Precisamos rever, parar e repensar, precisamos sim, aprender a olhar as escrituras com a mente aberta, sob orientação do Espírito Santo, para ver o que Ele deseja nos mostrar e não somente o que queremos ver.
Trata-se de uma questão muito importante que temos que entender. Precisamos rever os valores que norteiam a nossa vida, precisamos entender o que significa ser discípulo de Jesus e o que é submeter-se à vontade de Deus. Se achamos ou pensamos que Deus existe para suprir, para fazer o que queremos, para suprir a nossa necessidade e atender os nossos sonhos, estamos completamente equivocados quanto ao reino e quanto a Sua vontade.
Não podemos ser néscios, precisamos compreender a vontade de Deus, buscar este entendimento e nos submeter a Ele, permitindo que Ele nos ensine e nos mostre todo o Seu querer e não andarmos neste mundo achando que Deus tem que atender o que queremos, da forma como queremos e quando queremos. Quando assim agimos, estamos demonstrando o grau de imaturidade que temos, e o quanto temos sido néscios em entender a vontade de Deus e a Ele nos submeter.
Compreender a salvação, que fomos feitos filhos, que fomos reconciliados, para que nos submetamos à Sua vontade, para sermos dentro do conceito do primeiro no reino de Deus que envolve servir uns aos outros, buscar de forma perserverante a vontade e o entendimento do Seu querer para a Ele nos submeter, negando a nós mesmos, nossos sonhos, para realizar e cumprir o Seu plano neste mundo. Não somos impedidos de fazer as coisas, somente não podemos priorizar as coisas que não fazem parte do reino e não torná-las o objetivo de nossa vida, o propósito de nosso viver, mas fazendo tudo e considerando tudo como meio para expressarmos e revelarmos o reino de Deus neste mundo.
O propósito de nossa vida deve ser baseado no modelo e exemplo deixado por Jesus, que não buscou o Seu interesse mas a vontade de Deus e a ela se submeteu para que as pessoas pudessem ser reconciliadas com o Criador. Quando colocamos as nossas expectativas em cumprir e realizar a vontade do Pai, independente do que pensamos ou desejamos, Ele nos fala, nos ensina e nós enxergamos as coisas como Ele quer e sob a Sua perspectiva e não somente na limitação do nosso entendimento, desejo e vontade.
Submeter-nos à vontade de Deus, negarmos a nós mesmos, e seguirmos o exemplo de Jesus, buscando diligentemente o amadurecimento, nos levará a não sermos tardios em enxergar a Sua vontade e nem néscios, perdidos em nossos desejos e sonhos. Precisamos amadurecer, precisamos correr a carreira proposta, tornar santo o nosso procedimento para em tudo revelar e manifestar a vontade do Pai e não a nossa.