Jesus falou: ” Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. ” (Mt 7:5). Ele também afirmou: ” Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” (Mt 15:7-9).
Compreendendo quem somos, o que recebemos de Deus e o nosso papel neste mundo, a questão que precisamos refletir, embora seja mais fácil, não é sobre a vida do próximo, de quem está ao nosso lado, mas a nossa. O que estamos fazendo, como estamos fazendo, movidos por quais motivos?
Temos a atitude de críticar os outros, falar do que os outros estão fazendo, apontar-lhes os defeitos, mas temos nos olhado no espelho, temos voltado os olhos para nós mesmos e nossas ações? Esta é a grande questão do ensinamento de Jesus.
Por que estamos fazendo as coisas? Para o reino, ou para os nossos interesses, para alcançarmos os nossos objetivos e sonhos pessoais? Usamos de subterfúgios, de artimanhas para “convencer” as pessoas a estarem conosco e andarem conosco, mas pouco ou nada transmitimos do evangelho de Deus? Temos sido discípulos de Jesus e formado outros para serem semelhantes ao Senhor, ou temos convertido as pessoas a serem prosélitos (pessoa que abraçou a nossa seita, crenças e a nossa vontade)?
A questão não é o evangelho da prosperidade, os shows “gospels”, a pregação para bajular e manter as pessoas, não é a questão daquele que movido pelo seu ventre busca os seus desejos diante de um púlpito. Não é o usar de subterfúrgio para manter as pessoas e a instá-las a fazer o que querem. O problema não é o outro, mas o quanto temos usado no dia a dia dos mesmos recursos. O quanto temos sido teóricos e nada práticos. O quanto temos atribuído peso aos outros e nós mesmos não nos movemos. Este é o ponto. A questão não é o outro, mas nós. Precisamos refletir o quanto temos feito de politicagem na igreja.
Paulo escrevendo aos irmãos de Corinto afirma: ” Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus. ” (2 Co 6:16-7:1).
Paulo não está falando de separação física, mas sim, em não andar como, não fazer as mesmas coisas, não ser movido pelo pensamento do mundo, não sermos egoístas, orgulhos, jactanciosos, não compartilharmos das mesmas idéias, não nos associarmos a eles nas mesmas práticas. Precisamos entender que não ensinamos uma religião, vivemos o reino de Deus, somos filhos de Dele, estamos aqui neste mundo como representantes, como embaixadores, como responsáveis por reconciliar os homens com Deus.
Diante deste cenário não podemos viver pelas leis e pensamento do mundo, mas como filhos, separados, comprados por preço, temos que viver no presente século como cidadão do reino, com amor não fingido, sem hipocrisia em nossos pensamentos e atitudes. Temos que nos purificar de toda impureza, jogar fora toda e qualquer atitude que sejam contrárias aos valores e natureza de Deus. Precisamos aperfeiçoar os nossos procedimentos, correr rumo ao nosso alvo, em sermos semelhantes ao Senhor e revelar ao mundo as virtudes de Deus, individualmente, mas também, como igreja, como expressão da vida e da vontade do Pai e Seu reino neste mundo. Precisamos ser santos para viver e revelar o Reino.