Jesus iniciando o seu ministério, logo após a prisão de João Batista, começa com as mesmas palavras: “dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho. ” (Mc 1:15).
Virá o reino de Deus? É algo para acontecer ou já aconteceu e o mesmo está entre nós? Vem em visível aparência?
Jesus respondeu estas perguntas aos fariseus, quando questionado sobre isso: ” Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós. ” (Lc 17:20-21).
Quando compreendemos isso e temos o entendimento do plano de Deus para a nossa vida e o nosso papel no contexto do reino, então não nos resta alternativa que não seja viver a vontade do Pai. Deus nos concedeu a reconciliação por meio do sacrifício e oferta de Jesus na cruz. Sua morte cumpre a justiça de Deus e nos traz o perdão. Somos salvos pela graça por meio da fé em Jesus. O ato de reconhecer a salvação em Cristo Jesus e nos submeter a Ele, reconhecendo que com Ele somos crucificados, que morremos com Ele na cruz, e que nascemos de novo, nascemos do Espírito, e somos reconciliados com o Pai, e que este ato nos faz filhos de Deus. Devemos portanto, tendo sido reconciliados e recebido da natureza de Deus e sendo capacitados para viver da forma como lhe agrada, sermos instrumentos da Sua vontade no mundo.
Precisamos entender que expressamos o reino de Deus através do que fazemos, de como nos portamos, que palavras proferimos, como reagimos às ofensas, como nos colocamos perante as pessoas, e principalmente, quais as prioridades e motivações de nossa vida.
O reino não vem em visível aparência, mas pode ser percebido através daqueles que cumprem e vivem a vontade de Deus. Que tem um compromisso com Deus de honrá-lo, obedecê-lo e fazer a Sua vontade.
Quando nos oferecemos como sacríficio vivo, dispomos os nossos membros para a vontade de Deus, então, através de nossas ações revelamos o reino de Deus, pois somos cartas vivas, o bom perfume de Cristo, mas isto só é possível quando morremos para nós, quando negamos a nós mesmos e nos submetemos à vontade do Pai.
Ao iniciar o sermão da montanha Jesus fala que somos o sal da terra, somos a luz do mundo e que devemos exceder em muito a justiça dos religiosos. Logo após estas palavras ele fala de como devemos nos portar e sermos neste mundo para revelar o sal e a luz que somos. Não existe outra maneira. Não se trata de milagres e nem de algo sobrenatural, mas sim, de compreendermos que somos filhos, que fomos capacitados e que recebemos da natureza de Deus para viver como lhe agrada. Vivemos a vontade de Deus porque somos filhos e fomos habilitados a viver segundo o Seu querer. Mas para fazermos isso, precisamos negar a nós mesmos, morrer para o que pensamos e entendemos dos valores deste mundo. Se rejeitarmos o pensamento do mundo e andarmos segundo a natureza de Deus, então revelaremos os Seu reino, manifestaremos a Sua vontade, seremos luz neste mundo e sal nesta terra.
Por isso atitudes como: Não irar contra o próximo, não insultar, não chamá-lo de tolo, não usar ou pensar no outro como objeto de desejo pessoal, não falar demais e o que falar cumprir, amar os inimigos, orar pelos que nos perseguem para tornarmos filhos de Deus, não querer ficar mostrando as obras, não chamar atenção para nós mesmos, não achar que somos os melhores, os bons, não querer mostrar o quanto somos religiosos, os bonzinhos, perdoar as ofensas dos outros, não colocarmos o coração nas coisas deste mundo, não andar ansioso pelo dia de amanhã, mas descansar em Deus, sabendo que Ele tem cuidado de nós e é o nosso provedor, não Julgar as pessoas, mas procurar entender as suas limitações e falta de entendimento, escolher o caminho, a alternativa menos confortável e não segundo o pensamento deste mundo, tomar cuidado com as pessoas que apresentam um evangelho fácil, fazer a vontade do Pai e não ser simplesmente religiosos, purificar, rejeitar tudo que provêm da natureza humana.
Mas principalmente, ser perfeito como o Pai, sermos seus imitadores como filhos amados, corrermos a carreira que nos é proposta para sermos filhos segundo o Seu coração, revelando em tudo a Sua vontade e o Seu amor pelos homens.
Quando fazemos assim, quando agimos dentro do propósito do Pai, então revelamos o Seu reino neste mundo e compreendemos que o reino, não virá, mas sim, já está entre nós e somos os instrumentos para que a vontade do Pai se realize na terra como ela ocorre nos céus.
Caminhar na Graça 