Jesus, no sermão da montanha afirma o seguinte: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mt 5:48), e ao iniciar alguns ensinamentos, depois de falar das boas aventuranças, logo após afirmar que somos o sal desta terra e a luz neste mundo, afirma: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. ” (Mt 5:16).
Paulo escrevendo aos Efésios afirma, que precisamos ser imitadores de Deus como filhos amados (Ef 5:1). Agora como podemos ser imitadores, como podemos fazer a nossa luz brilhar perante os homens para que Deus receba a glória, como podemos ser perfeitos como Ele de quem confessamos ser filhos?
Logo após afirmar que somos o sal da terra e luz neste mundo e após fechar os ensinamos, determinando que temos que ser perfeitos como perfeito é o nosso Pai, Ele nos fala do que temos que fazer para manifestar a vida e a justiça de Deus entre os homens. Não tem nada a ver com o pensamento humano, com os ensinamentos que recebemos até então, não temos desculpas perante o Criador.
E ele nos traz estes ensinamentos após afirmar o básico. Isto é viver o reino de Deus, não se trata de andar segundo os valores deste mundo e nem à luz do pensamento natural. Temos que andar segundo as verdades eternas e os valores de nosso Deus. Ser humilde para herdar o reino, está no fato de reconhecermos a nossa total dependência de Deus e o entendimento que de nós, do homem natural não podemos gerar nada de bom. O consolo vem, quando em cada choro, em cada atitude de arrependimento, mudamos o curso de ação de nossa vida, para andarmos segundo as verdades eternas. Herdam a terra os que são mansos, porque sabem que não são os donos da verdade, que Deus é soberano e que tudo se realizará conforme o Seu propósito estabelecido em tempos eternos e que não depende do que vemos, da aparência, das circunstâncias que estamos inseridos. O manso descansa em Deus. A fome e sede justiça está no fato de praticar e andar segundo a justiça de Deus. Não a justiça que condena e pune, mas a justiça que traz reconciliação, perdão e restauração. Misericórdia somente se alcança quando praticamos a misericórdia e foi isto que Deus nos concedeu e revelou. A perseguição, os problemas e lutas não tem nada a ver com punição, mas com o processo de Deus para o nosso crescimento e amadurecimento e por vivermos segundo a justiça eterna que se opõe de forma determinante contra a dos homens.
Por isso ações como: ao pedirem a capa, darmos a túnica, não tem nada a ver com o exigir o que é “nosso”, o andar duas milhas após ter sido exigido que andasse uma, não tem nada a ver com a justiça dos homens, mas de Deus. Dar mais o que foi pedido, fazer mais do que é exigido e é a mesma atitude que Deus concedeu aos homens. Não merecedores e dignos de morte e separação, Deus não só provê a reconciliação, mas a forma de ser reconciliado. Isto é mais que pedimos, é mais do que o queremos.
Para fazermos brilhar a luz diante dos homens devemos em muito exceder a justiça dos religiosos, devemos perdoar quem nos ofende, não podemos carregar mágoa, não podemos carregar pensamento impuro, não podemos carregar a ira em nosso coração. Se alguém nos ofendeu, devemos perdoar. Se ofendemos devemos pedir perdão. Devemos manter a nossa palavra e não mudar segundo as circunstâncias mesmo que isso implique em prejuizo. Devemos amar e ajudar a todos, mesmo os que nos perseguem. Isto é a justiça de Deus, estes são os valores de Deus que temos e precisamos revelar durante o nosso tempo neste mundo para manifestar quem somos, para que Deus receba toda a glória e honra.
Ser filho de Deus é sermos seus imitadores, é andarmos segundo a Sua justiça, revelando a Sua luz.
Caminhar na Graça 