Entendimento equivocado ou a falta dele, nos leva a um processo que não traduz a vontade de Deus e nem a desempenhar o nosso papel conforme o plano e desejo do Pai. Precisamos entender o porquê de toda a obra de Deus, do Seu plano e propósito e mantermos isto vivo em nossa mente para que jamais nos apartemos das verdades ouvidas. Paulo escrevendo aos romanos afirma o seguinte: “…. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, …. ” (Romanos 8:28-30)
“Predestinados para sermos a imagem de Seu Filho”, o que significa de fato isto para as nossas vidas em nosso dia a dia? Para termos a compreensão, precisamos compreender quem somos, o que recebemos, a obra de Deus, como lidamos com a carne, a capacitação recebida e como podemos caminhar para sermos conforme a imagem do Senhor.
Não adianta pensarmos que de um dia para outro acordaremos diferentes, não submetendo a carne, não realizando os desejos da natureza humana. Este processo é uma jornada, é uma caminhada. Para alguns mais longa, para outros mais curta, mas está vinculada a compreendermos quem somos, como devemos viver, o que significa viver o reino de Deus e onde mantermos os olhos fixos.
Somente seremos a semelhança do filho se corrermos a carreira que nos é proposta, se olharmos firmamente para o autor e consumador de nossa fé, compreendendo que em Cristo somos feitos novas criaturas (2 Co 5:17, Gl 6:15) e que como discípulo de Jesus, temos que negar a nós mesmos, morrer para nós (Mt 16:24, Lc 9:23). Precisamos entender que morremos na cruz com Cristo e que na cruz fomos libertos do poder do pecado, isto é, o pecado não tem domínio sobre nós (Rm 8:1-2; 10). Tendo a consciência de que morremos na cruz com Cristo, que o pecado não tem domínio sobre a nossa vida, que fomos capacitados para viver segundo a natureza de Deus (2 Pd 1:3-4), então podemos viver e andar segundo a Sua vontade, olhando firmemente para o autor e consumador da fé.
Tendo a consciência da nova criatura, da capacitação, da morte para o pecado e compreendendo que temos que negar a nós mesmos, fazer morrer a natureza humana, livrar-nos de toda impureza, de tudo que seja contrário à vida de Deus, então poderemos correr rumo à semelhança com o Senhor Jesus. Mas para fazermos isso, precisamos entender que não podemos inclinar, sujeitar, aceitar o viver segundo o pensamento deste mundo (Rm 8:5; 7-8); entender que não nos livramos, como por um milagre, da natureza humana, ela existe e continua a existir em nós e que está sempre agindo de maneira a querer nos dominar e agir de forma contrária à divina (Rm 7:14-17, 18-19; 25), por isso, precisamos fazer morrer tudo que procede do homen.
Esta luta entre natureza humana e a divina (recebebida em Cristo Jesus) é algo que enquanto estivermos neste corpo sempre existirá. Precisamos correr, precisamos amadurecer para que não tropecemos, mas sejamos vasos para a honra. Esta jornada para o amadurecimento é ensinada por Pedro em seu fundamento que escreveu em sua carta (2 Pd 1:5-11).
A nossa caminhada, a jornada, o correr rumo a carreira proposta está justamente neste aspecto de fazer morrer a natureza humana, de aprender e compreender o que Deus deseja nos ensinar, rejeitar os desejos e vontade da natureza humana e sujeitarmos a Deus, buscando ser Seus imitadores, para manifestarmos Suas virtudes no presente século.
Somos devedores não para vivermos segundo a carne, mas segundo a natureza de Deus, rejeitando tudo que provém do homem, inclusive aquilo que tenha aparência de sabedoria e coisa boa, mas se não é realizado por fé e nem na dependência de Deus é pecado e está fora da vontade do Senhor (Rm 8:12-13).
Tendo o entendimento de que somos filhos, que recebemos da vida de Deus, fomos capacitados para viver segundo a Sua natureza e revelar as Suas obras, então, quando passamos por tribulação, por lutas, devemos compreender que tudo provêm de Deus e tem por objetivo o nosso aperfeiçoamento, o aprendermos e crescermos para cumprir a Sua vontade, pois em tudo é manifesta a expressão do Seu amor por nós (Rm 8:28-35).
Compreendendo que tudo contribui para o nosso bem, que Deus cuida de nós, então, como Paulo afirmou precisamos nos alegrar em toda e qualquer situação, pois em tudo Deus está nos ensinando e nos conduzindo para o amadurecimento para sermos expressão do Senhor nas obras que realizamos.
Esta consciência de natureza humana e divina, da capacitação recebida, da vida de Deus que está em nós, de sermos Sua morada, e que o Seu desejo é que sejamos semelhantes a Seu Filho, que devemos fazer morrer todos os desejos da carne e nos sujeitarmos à Ele, então passamos a compreender porque precisamos esmurrar o corpo, reduzi-lo à escravidão, correr a carreira que nos é proposta, pois o nosso objetivo é manifestarmos a vida de Deus, sendo vasos para a Sua honra, é para que a partir do compromisso individual, manifestemos no coletivo, por meio da igreja, a vida e as virtudes de Deus aos homens.