Fé e obra na expressão do aperfeiçoamento

Paulo em sua carta aos romanos afirma que cada um de nós receberá pelos procedimentos, pelas obras que realizamos: ” Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,  que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento:” (Romanos 2:5-6).

Eis a questão que precisamos entender, não se trata de conhecer a bíblia, de ser capaz de recitá-la de ponta a ponta, de acusar, apontar os defeitos dos outros, mas o quanto estamos praticando o que falamos. Ou seja, o que acusamos os outros, o que apontamos de falhas, pecado dos outros, estamos fazendo as mesmas coisas (RM 2:1)? Não podemos falar uma coisa e fazer outra. Temos praticado o mal (Rm 2:9)? Ou achamos que irmos a cultos, missa, ou qualquer outra manifestação religiosa é suficiente para nos justificar (Rm 2:13)? Achamos que é só uma questão de ensinar, falar (Rm 2:21-22)?

A vida eterna é expressa quando perserveramos na prática do bem, quando compreendemos a vontade de Deus e a Ele nos submetemos, pois a expressão de submissão está no realizar da Sua vontade (Rm 2:7). Recebemos honra e glória de nosso Deus quando fazemos o bem (Rm 2:10) e não se trata de fazermos para receber, mas fazer por sermos Seus filhos, por termos recebido da Sua natureza, por compartilharmos da Sua vida (2 Ped 1:3-4), não é uma questão de provar, mas, fazer porque somos. Precisamos compreender que não é uma questão de ouvir, mas de fazer o que ouvimos (Rm2:13); não se trata do que ensinamos, mas se fazemos o que ensinamos, não é o falarmos; mas se honramos a Deus fazendo o que falamos (Rm 2:23-24). E precisamos entender que não se trata de recebermos o louvor dos homens pelas “boas” coisas que fazemos, mas as “boas” coisas que fazemos procedem de um coração transformado que glorifica a Deus, tendo a verdadeira motivação como base das obras que realiza (Rm 2:29).

As obras, nosso procedimento, a motivação para realizar não deve e nem pode estar na justificação de nós mesmos e nem se baseia no receber por mérito. Não podemos fazer nada de bom que possa nos justificar diante do Criador, mas ao compreendermos a Sua salvação, a reconciliação por meio de Jesus Cristo, nos submetemos à Sua vontade, nos entregamos, nos sujeitamos, morrendo para nós mesmos e para o nosso querer, para que Ele viva por nosso intermédio. Na reconciliação somos unidos a Deus, por meio do Seu Espírito, e recebemos da vida de Deus, da vida eterna do Criador, por isso, a vida eterna não é algo para o futuro, mas para ser vivido hoje, experimentado e provado neste momento.

Ao recebermos da vida de Deus, da Sua natureza, não temos outra forma de viver e andar neste mundo que não seja a Sua. Ou seja, fazendo as Suas obras, manifestando a Sua natureza, expressando as Suas virtudes entre os homens. Por isso, quem conhece a Deus expressa este conhecimento pelas obras que realiza. Fazemos por que somos, e não ao inverso. Não é uma questão de provar, mas de expressar o que recebemos; recebemos bençãos não para nós, mas para abençoarmos as pessoas, darmos, repartirmos.

A expressão das obras de Deus se dá pelo processo de aperfeiçoamento do procedimento, pelo correr da carreira proposta, por realizar a obra e a vontade de Deus entre os homens, por fazermos a vontade do Pai real e realizada na terra. Quando fazemos as Suas obras estamos de fato materializando as coisas espirituais e este é o Seu querer para as nossas vidas que é vivermos o Seu reino neste mundo.

Por isso precisamos entender que não é uma questão de fé ou de obras, mas a expressão da fé por meio das obras que realizamos, no processo de aperfeiçoamento para expressarmos Deus em tudo que fazemos.

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Fé e obra na expressão do aperfeiçoamento